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123 milhões de cidadãos da UE já navegam

O número de internautas no conjunto dos países da União Europeia era em abril de 2000 superior a 123 milhões, e Portugal o país dos Quinze onde mais tinha aumentado o número de páginas Internet.

O número de internautas no conjunto dos países da União Europeia (UE) era em abril de 2000 superior a 123 milhões, e Portugal o país dos Quinze onde mais tinha aumentado o número de páginas Internet. Os dados são do organismo europeu de estatísticas, Eurostat, que nota, contudo, que em Janeiro de 2001 a utilização da Rede era prática para apenas 3,4 por cento dos cidadãos comunitários, muito longe dos 26,8 por cento registados nos Estados Unidos. Segundo o Instituto das Comunicações de Portugal (ICP) o número de clientes de serviços de acesso à Internet quadruplicou em 2000, atingindo no final do ano 1,99 milhões de acessos. Tratou-se de um aumento de 319 por cento relativamente ao ano de 1999, referem as estatísticas divulgadas em Março pelo ICP. Segundo a mesma fonte, este valor equivale a uma taxa de penetração do serviço Internet em Portugal de 20 por cento no final do ano passado, contra 5 por cento no fim de 1999, quando estavam registados 474 mil clientes. O ICP notou que estes dados não quantificam o númeroutilizad de ores existente já que um utilizador pode acumular mais do que um acesso, ou, pelo contrário, cada acesso corresponder a vários utilizadores. Entre os esforços desenvolvidos em Portugal para o estabelecimento de uma Sociedade da Informação sobressai o programa Internet na Escola, coordenado pela uARTE (Unidade de Apoio à Rede Telemática e Educativa – organismo do Ministério da Ciência e da Tecnologia, MCT), que promoveu o equipamento de todas as escolas portuguesas do 5º ao 12º ano (1.744) com computadores multimédia com ligação à Internet e a constituição da Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS), que interliga escolas, bibliotecas, instituições de investigação e de ensino superior. Com o objectivo de fomentar a generalização da utilização de computadores e o acesso às redes electrónicas de informação pelos alunos de todos os graus de ensino, o MCT está agora a ultimar a extensão desta rede às 8.690 escolas do primeiro ciclo do ensino básico, um trabalho já concluído em cerca de metade do universo. Segundo os responsáveis do programa, este “esforço acelerado torna Portugal, de acordo com os indicadores internacionais, um dos países europeus mais avançados na ligação das escolas à Internet”. Dados do Departamento de Avaliação e Prospectiva e Planeamento do Ministério da Educação indicam que as escolas portuguesas do 2º e 3º ciclos do ensino básico e secundário têm actualmente um computador para 23 alunos, número próximo da meta definida pelo Governo para 2003 de atingir o rácio de um para vinte. Em 1998, o rácio era de um computador para 35 alunos. O investimento em projectos na área da Sociedade da Informação aprovados pelo MCT era em Abril de 8,7 milhões de contos, no âmbito do terceiro Quadro Comunitário de Apoio (QCA). A extensão da rede telemática nacional, a formação avançada de recursos humanos nas áreas das tecnologias da informação e a ligação das escolas do primeiro ciclo à Internet são alguns dos projectos contemplados por este investimento. Até ao final do ano, Portugal deverá dispor também de uma rede de 254 postos de Internet nas estações dos correios, o que implicará um investimento de cerca de 625 mil contos. Outros projectos em curso são a informatização dos tribunais e da rede consular, a criação de Espaços Internet nos municípios e o apoio à investigação e tratamento computacional da língua portuguesa. Em Abril, o MCT aprovou o financiamento dos primeiros seis Espaços Internet, entre as mais de cem candidaturas recebidas para esta iniciativa, lançada em Fevereiro. Os Espaços Internet são locais concebidos para familiarizar os cidadãos com o uso das tecnologias de informação, dotados de equipamento e de formadores. Por outro lado, o projecto de informatização da Rede Consular vai garantir, segundo o MCT, “ganhos substanciais de tempo na resposta aos cidadãos, nomeadamente dos emigrantes”, permitindo, por exemplo, que os utentes possam requisitar serviços através da Internet. O Centro de Recursos Distribuídos para o Processamento Computacional da Língua Portuguesa foi financiado em 242 mil contos. Trata-se de uma estrutura com pólos em Oslo, Braga e Lisboa que promove a cooperação entre áreas que vão da linguística à engenharia, reunindo unidades de investigação, universidades e empresas. Os projectos de investigação e desenvolvimento na área da Sociedade da Informação (da engenharia informática à robótica) compreendem um investimento de cerca de um milhão de contos, enquanto que na formação avançada de recursos humanos (bolsas de doutoramento e pós-doutoramento) foram já investidos 230 mil contos.