13º Congresso das Comunicações (Dia 2)
John Wilkox referiu-se à nova era que se aproxima, e apontou as três etapas na evolução do mercado. Primeiro vaga assentava na interacção entre a pessoa e o computador pessoal. Seguiu-se a era das aplicações em que predominava a relação entre indivíduos. O próximo passo, segundo John Wilkox assenta na possibilidade de interacção entre máquinas. A convergência entre tecnologias e equipamentos é cada vez mais real. E existem três factores chave que fomentam essa situação: o aumento da capacidade de processamento, de armazenamento e o incremento da interconectividade. Quando estas três áreas se juntam surgem novos dispositivos que serão os terminais do futuro. E que terão capacidade para responder a uma nova realidade: o novo mundo digital. John Wilkox referiu a sua visão do que estará o mundo em 2006: a conectividade será universal, existirão cartões com 40G de armazenamento e haverá uma melhoria nos displays dos equipamentos. Por outro lado estamos a assistir à crescente adopção do Wi-Fi. Segundo António Casanova, a mudança a que começamos a assistir afecta toda a cadeia de valor. Hoje em dia os terminais permitem uma maior introdução de dados, tem uma capacidade de processamento superior e conseguem armazenar mais informação. A evolução das infra-estruturas passa pelo UMTS, mas também pelas wireless LAN. Em relação ao GSM, António Casanova acredita que este vai coexistir com o UMTS mais tempo do que inicialmente se previa. No meio de tudo isto, os operadores terão um novo papel, dado que o seu negócio irá alterar-se. E prevê que estes tenderão a retirar-se do negócio dos terminais e, progressivamente, do desenvolvimento de aplicações. Por seu lado, António Coimbra, acredita que o UMTS permitirá a criação de serviços mais evoluídos. No entanto alerta que é necessário garantir a gestão dos mesmos, a autentificação dos utilizadores e a taxação dos serviços. As parcerias adquirem uma importância fundamental e aponta como exemplo as relações existente entre a Vodafone e a Microsoft e a operadora e a Oracle. Para este oradores hoje vivemos num mundo onde existem dois ambientes divergentes (computadores de um lado e a mobilidade de outro) que terão de se fundir num único. Será este ambiente de convergência que fomentará o desenvolvimento de aplicações e serviços. António Gomes de Azevedo, constata que o negócio está dividido em dois mercado: o de consumo e o empresarial. Com necessidades e exigências específicas. Para este orador, o utilizador quer um telemóvel que seja simpático, para efectuar e receber chamadas e mensagens, que seja útil e divertido. Já o mercado empresarial tem uma necessidade superior pelos serviços de dados. No entanto, António Gomes de Azevedo alertou para o facto de não se saber quem serão os vencedores, ao nível das aplicações de dados e das tecnologias existentes, nomeadamente em relação aos sistemas operativos.
Os trabalhos da manhã prosseguiram com o painel subordinado ao tema “Portugal Digital: e.Gov, justiça, saúde, educação”. Presentes na sessão estiveram Diogo Vasconcelos como key note speaker, António Correia de Campos, da Saúde, Daniel Proença de Carvalho da Justiça e Eduardo Marçal Grilo, da Educação, como oradores. Diogo Vasconcelos acredita que os temas debatidos no Congresso da APDC são fundamentais na estruturação da sociedade. E afirma que as reparações isoladas dos problemas são ilusões efémeras. Para este orador a sociedade quer é soluções para pôr em prática e não programas perfeitos que não são úteis. E refere que é importante falar no impacto que as tecnologias provocam no dia-a-dia dos cidadãos. Estes têm opinião própria e são cada vez mais rigorosos, na medida em que transpõem para o mundo da Administração Pública as exigências que são satisfeitas no mercado empresarial. O que vai combater os sinais evidentes de desinteresse da população face a política. Para Diogo Vasconcelos há um crescente défice de pratica democrática, sendo que a motivação dos cidadãos não deriva de uma questão tecnológica mas sim política e cultural. Para o orador a qualidade é um factor essencial, nomeadamente a da relação entre a Administração Pública e os cidadãos. E é ela que permitirá atenuar ou eliminar a questão actual da credibilidade dos serviços administrativos. Ou seja, a Administração Pública tem de adoptar os princípios da procura e assumir uma atitude proactiva.