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41% dos europeus utiliza o telefone pessoal para trabalhar

Os dados são de um estudo encomendado pela Samsung, que aletra contra os possíveis riscos que a utilização de equipamentos pessoais no trabalho pode acarretar

*Artigo originalmente escrito para http://www.ionline.pt/tecnologia

Quantas vezes deu por si fora de horário laboral a responder a um e-mail do trabalho? Ou em pleno horário de trabalho a consultar uma nova notificação no Facebook? Se é certo que estas são liberdades que nem todos os trabalhos oferecem, por outro lado um novo estudo encomendado pela Samsung parece concluir que o futuro passará por uma maior convergência entre estes dois aspectos da vida (pessoal e profissional).

As conclusões do estudo vêm suportar aquilo que já se adivinhava: é cada vez mais difícil definir um limite entre a vida pessoal e profissional, especialmente quando também as tecnologias que se queriam exclusivas para cada um destes cenários começam a invadir o contexto oposto. E com as contrapartidas que esta evolução traz, também as preocupações relacionadas com a segurança informática dos dados das empresas aumentam.

Em primeiro lugar, alguns dados recolhidos pela OnePoll e pela Vision Critical (responsáveis pelo estudo), que entrevistaram 4500 profissionais europeus:

• 45% usam o seu smartphone pessoal em contexto profissional
• 32% utilizam o smartphone do trabalho para fins pessoais
• 75% dos europeus perdem 1 hora no trabalho para tarefas pessoais (redes sociais, ler jornais, compras online, pagar contas, etc)
• 77% dos europeus trabalham durante o seu tempo livre
• 78% trabalham até uma hora depois do seu horário de trabalho

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Este cenário traz consigo contrapartidas positivas e negativas. Um dos aspectos positivos desta combinação de tarefas (pessoais e profissionais) está no facto de contribuir para fazer os profissionais inquiridos sentirem-se mais produtivos, reporta o estudo.

Esta “mistura” verifica-se também nas aplicações que trazem instaladas nos seus dispositivos: os profissionais europeus têm, em média, cerca de 10 aplicações pessoais (Facebook, WhatsApp e CandyCrush, entre outras) instaladas nos seus telefones do trabalho. Em contrapartida, esse número desce para uma média de 8 aplicações profissionais (Outlook, Lync, etc) instaladas nos seus dispositivos pessoais.

“Aproximadamente quatro em cada dez funcionários no nosso estudo dizem que a mistura trabalho-vida os ajuda a concluir mais trabalho na mesma quantidade de tempo”, afirma Rob Orr, VP de Enterpise Business da Samsung Europe. “Quase um terço acredita que os ajuda a gerir melhor as suas tarefas pessoais e a torná-los menos stressados. Isto tem um potencial enorme para motivar uma maior produtividade e contribuir para uma cultura positiva no ambiente de trabalho”..

À procura de culpados

As diferenças entre o mercado de consumo e o mercado empresarial parecem ter contribuído para a adopção de equipamentos pessoais no universo profissional: o segmento de consumo apresenta factores influentes como a descida de preços e o aumento da velocidade dos ciclos de actualização (que são cada vez mais curtos), em contraste com o ritmo bem menos frenético do mercado empresarial.

É este contraste que resulta em situações cada vez mais comuns onde os dispositivos pessoais detidos pelos funcionários acabam por se revelar mais capazes do que o próprio equipamento de IT detido pelas empresas.

A diferença mais notável entre o segmento empresarial e o de consumo está nas limitações do primeiro: orçamentos limitados e substituições menos frequentes, bem como a valorização da capacidade de atender a várias especificações de um negócio, são elementos que contrastam com o segmento de mercado mais popular.

Estas limitações, nota o estudo, podem ajudar a explicar a preferência por dispositivos pessoais para a realização de algumas tarefas profissionais – uma opção que, embora seja compreensível, é vista pelos autores do estudo como apresentando riscos à segurança dos sistemas informáticos das empresas.

“O facto dos smartphones empresariais serem substituídos com menos frequência do que os dispositivos pessoais provavelmente explica o porquê das pessoas terem mais probabilidades de trabalhar no seu telefone pessoal ao invés de usarem o seu telefone profissional para tarefas pessoais”, afirmou Rob Orr. “O smartphone pessoal é com frequência mais actual, mais fácil de usar e mais capaz”.

Educar para prevenir riscos de segurança

Apesar do estudo notar que esta “mistura” apresenta benefícios tanto para os profissionais como para as empresas, o relatório também nota alguns riscos de segurança – especialmente num cenário onde os departamentos de IT das empresas não estejam preparados para lidar com estas questões.

O estudo chama a atenção para o segmento dos ‘hackers contratados’, uma percentagem da população trabalhadora europeia que está disposta a descobrir formas de contornar medidas de segurança empresariais, ou simplesmente ignorá-las – como por exemplo aceder a sites de partilha de ficheiros que estejam bloqueados em aparelhos profissionais. 26% dos inquiridos admite utilizar a sua própria tecnologia para contornar obstáculos impostos pela empresa para a realização de trabalho.
“Os empregados vão naturalmente querer usar o dispositivo mais conveniente para a tarefa em questão, e a segurança pode ser esquecida na pressa de querer fazer as coisas. Se isto significa lidar com documentos sensiveis num dispositivo pessoal, alguns funcionários irão fazê-lo sem considerar os riscos. Da mesma maneira, funcionários que usam um dispositivo potencialmente menos seguro para lidar com documentos profissionais correm o risco de comprometer os sistemas da empresa a uma fuga de segurança”, diz o relatório.;

Educar os funcionários sobre a utilização segura dos dados empresariais está a tornar-se cada vez mais importante, segundo conclui o estudo. Cerca de 70% dos funcionários inquiridos admitem estar mais consciencializados em relação a estas regras de segurança do que no ano passado. 95% admitem ainda ter tomado medidas como mudar as suas palavras-passe pessoais ou profissionais.

“Os negócios europeus podem tirar partido da cada vez maior consciência de segurança para equiparem melhor os seus funcionários com o conhecimento e tecnologia para suportar a evolução das suas competências digitais, mistura de trabalho-vida e segurança informática dentro e fora do trabalho”, completou Rob Orr.

O estudo, claro está, também serviu para promover a própria solução empresarial da Samsung, o Samsung Knox. Segundo os dados disponibilizados pela empresa já foram vendidos mais de 25 milhões de dispositivos com esta tecnologia.  Em média, cerca de 210 mil dispositivos Knox são activados mensalmente, o que dá uma média de 7 mil dispositivos por dia.