A ameaça crescente dos vírus
Os vírus estão a tornar-se uma ameaça para as redes móveis, de acordo com a companhia de software e serviços Theta Networks. Estas representam um alvo emergente, ideal para piratas informáticos devido à crescente diversidade de serviços, aplicações e características informáticas, sobretudo com o advento da 3G e a maior disponibilidade de banda larga daí resultante.
A difusão de vírus por telemóvel processa-se via MMS, mensagens instantâneas, jogos de telemóveis e por todos os tipos de ligação P2P (Peer-to-Peer). Os hackers estão, actualmente, a procurar riscos mais prejudiciais e lucrativos do que o tradicional envio de vírus através de e-mails em massa e começam a concentrar-se nos vírus de telemóveis, preparando burlas e explorando vulnerabilidades, de acordo com a companhia de segurança anti-vírus McAfee.
Basta ver que, no primeiro trimestre de 2005, foram descobertas mais de mil vulnerabilidades, o que representa um aumento de 6% em relação ao ano passado, conforme apurou a McAfee. De acordo com a Visiongain, o importante já não é saber o número máximo de aparelhos que poderão ser atingidos pelos vírus, mas sim por quanto tempo, verificando que é necessária a prevenção e soluções para que os vírus nos telemóveis não atinjam empresas nem os seus clientes.
Actualmente, a maioria do tráfego de vírus, tais como os worms Blaster, Sasser ou Slammer, nas redes móveis provém de computadores portáteis com Sistema Operativo Windows e ligação GPRS. Com a crescente convergência entre os computadores portáteis, os palmtops (computadores de bolso) e os telemóveis, os vírus serão mais facilmente propagados nas redes móveis.
CommWarrior, Cabir, Cavalo de Tróia e Brador são alguns dos vírus descobertos em telemóveis, de acordo a Theta Networks. O CommWarrior, descoberto em Março de 2005, em MMS, pode afectar os telemóveis de tipo smartphones Symbian Series 60; actua percorrendo a lista de endereços dos telemóveis infectados e enviando periodicamente MMS para contactos seleccionados aleatoriamente. Este vírus usa a tecnologia Bluetooth para se propagar a telemóveis que estejam até 10 metros de distância. O Cabir consegue propagar-se rapidamente de telemóvel para telemóvel via Bluetooth. O Cavalo de Tróia, descoberto em 2004 sob a forma de jogo de telemóvel, envia SMS sem o consentimento do utilizador. O Brador permite aos cybercriminosos ter acesso completo aos smartphones, podendo navegar na Internet ou fazer chamadas.
Perante estas ameaças nos serviços de comunicações móveis, os operadores de telemóveis começam a sentir a necessidade de se equiparem com sistemas de software preventivos e correctivos anti-vírus.
Apesar de tudo, e numa análise comparativa, a McAfee considera que os ataques aos telemóveis não vão aumentar tão rapidamente como as ameaças aos computadores, devido à mudança constante dos sistemas operativos e ao facto dos aparelhos de telemóvel não estarem continuamente ligados à Internet. Além disso, a propagação dos vírus a redes wireless de curto alcance é inerentemente limitada, de acordo com a Telecoms, porque um aparelho infectado apenas pode atacar outros aparelhos que estejam fisicamente perto.