De acordo com um teste realizado pela equipa da Ars Technica, a Microsoft está a interceptar, descodificar e a ler algumas mensagens no Skype. Mas há mais: as mensagens enviadas via Skype que incluem URL’s também se encontram a ser visitadas por máquinas cujos IP’s pertencem à Microsoft.
As probabilidades de se tratarem de bots são elevadas, mas o Ars Technica não descarta a hipótese de se poderem tratar de seres humanos. ‘E isto só poderá acontecer‘, segundo Dan Goodin, perito em segurança informática da Ars Technica, ‘se a Microsoft puder converter as mensagens para um formato legível por humanos‘.
O sistema de encriptação do Skype – 256-bit AES – é considerado muito seguro, embora isso não tenha que se traduzir em privacidade para os seus utilizadores. Para colocar esta privacidade à prova, a equipa do Ars Technica experimentou enviar mensagens via Skype com quatro links criados especificamente para esta experiência, tendo dois deles sido acedidos por máquinas controladas pela Microsoft.
As políticas de privacidade do Skype afirmam abertamente que o Skype poderá verificar mensagens instantâneas e envios de SMS para efeitos de SPAM, fraude ou até mesmo tentativas de phishing – o que implica a hipótese de alguns seres humanos poderem conferir as mensagens.
Por outras palavras, isto são más notícias para quem espera obter privacidade durante a sua utilização no Skype. O VentureBeat coloca ainda uma outra questão interessante a este respeito: se a Microsoft pode ler as nossas mensagens, quem mais pode ter acesso às mesmas? Entidades governamentais, talvez?
Segundo os termos e condições do serviço da Microsoft, sim. ‘O Skype poderá divulgar informações pessoais para responder a requisitos legais ou exercer os respectivos direitos legais, bem como para se defender contra acções judiciais, proteger os respectivos interesses, lutar contra a fraude, impor as respectivas políticas ou proteger os direitos, a propriedade ou a segurança de qualquer pessoa‘.
