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A Tecnologia DSL

Conheça em profundidade como funciona a tecnologia DSL que permite velocidades de ligação comparáveis à TV Cabo

Uma das grandes limitações do acesso à internet é o facto de este ser feito, na sua maioria, através de fios de telefone convencionais, o que limita a velocidade a que a informação é transmitida. A tecnologia DSL (Digital Subscriber Line) e as suas variantes (ADSL, VDSL, etc.) permitem ultrapassar esse "handicap", permitindo que a capacidade das linhas de telefone normais possam ser substancialmente aumentada. Assim, é possível alcançar velocidades de navegação comparáveis às da ligação por cabo, com a diferença de não ser necessário a instalação de uma linha especial de fibra óptica. Outra possibilidade que esta tecnologia oferece é o acesso rápido à transmissão de video, permitindo o video interactivo e outras aplicações.

Como funciona esta tecnologia?
ADSL/VDSL
Será apenas necessário adquirir um novo modem?
ADSL e os outros serviços de acesso à internet
E para quando o ADSL em Portugal?

Quando nos ligamos à internet através de um "modem" convencional, este utiliza as frequências que normalmente são utilizadas para a transmissão de voz para enviar e receber dados. Contudo, é possível a transmissão noutras frequências pelos fios de cobre tradicionais, apesar de existirem variações nesta capacidade de linha para linha. Mas até agora, os sinais que não caibam dentro destas frequências eram eliminados pelas operadoras telefónicas.
A tecnologia DSL e as suas variantes (ADSL, VDSL, etc.) codificam digitalmente os dados e utilizam estas frequências (compreendidas entre 300Hz e 3200Hz) para a sua transmissão, permitindo um aumento da velocidade, que pode até aos 8 Mbps no caso do ADSL, um aumento substancial sobre os 56Kbps dos "modems" normais.

A versão mais virada para o público em geral é o ADSL (Assymetrical Digital Subscriber Line). A forma de funcionamento desta é assimétrica, ou seja, a banda de frequências utilizada é dividida em duas, uma destinada ao envio de dados do servidor ao utente e a outra para receber dados, possuindo ambas velocidades diferentes. Isto significa que a capacidade do utilizador receber informação é maior do que a de enviar, o que vai ao encontro do uso normal da internet, onde normalmente recebemos mais dados do que enviamos. Contudo, a capacidade de conseguir enviar sinais está dependente da distãncia entre o telefone e a central operadora, assim como do tipo de fio de cobre utilizado. As possibilidades desta tecnologia são:
– Uso simultâneo da linha telefónica para a transmissão de dados e de voz/"fax"
– Acesso rápido à internet sem interrupções, não estando o acesso e a velocidade dependentes do número de ligações. Basta apenas ligar o modem para se estar ligado à internet.

Apesar do salto que o ADSL representa, está já a ser desenvolvido uma outra variante desta tecnologia, o VDSL (Very high speed Subscriber Digital Line). Apesar do seu uso ser mais limitado, devido ao facto de só poder ser usado em curtas distâncias, esta versão permitirá velocidades máximas na ordem dos 52 megabites por segundo, uma velocidade já comparável às atingidas pelo linhas de fibra óptica (cabo).

A resposta a esta pergunta é não. Para que seja possível ter uma ligação ADSL/VDSL é necessário que a nossa operadora de telefone fixo disponibilize o serviço na nossa área. Isto devido à necessidade de instalar a tecnologia nos dois lados da linha (em nossa casa e na central) e que nem todas as linhas normais de telefone permitem o ADSL, sendo necessário em alguns casos a remoção dos dispositivos que normalmente eliminam as frequências não utilizadas pela voz. Ao mesmo tempo é conveniente ter um "splitter", um dispositivo que separa a frequência da voz das restantes, permitindo falar ao telefone ao mesmo tempo que se está ligado à internet. Isto tudo significa que para ter acesso ao ADSL será necessária uma intervenção técnica, da mesma forma que a instalação de cabo.

Em Portugal existem actualmente vários serviços de transmissão de dados, que variam em termos de suporte, possibilidades, custos financeiros, o mercado para o qual estão orientados e a própria disponibilidade geográfica. A forma mais normal é através de um ISP (Internet Service Provider – Telepac, Esoterica, Teleweb, etc.) que fornecem o serviço através de linha telefónica analógica. Para além das velocidades reduzidas, este serviço implica a necessidade de pedir a instalação de uma linha separada para se poder falar ao telefone e usar a internet ao mesmo tempo e ser preciso pedir ligação ao fornecedor cada vez que se pretende ter acesso. A solução alternativa até agora era a instalação de uma linha RDIS, que permite aumentar a velocidade e falar ao telefone ao mesmo tempo que se usa o "modem".
O aparecimento de novas tecnologias e de novos operadores nas telecomunicações permitiu aumentar a oferta. O surgimento da televisão por cabo em Portugal permitiu que se pudessem ter acesso à internet a partir das linhas de cabo, aumentando consideravelmente a velocidade e assegurando que se encontra sempre ligado, para além de não ser necessário utilizar (e pagar) a linha telefónica. Também surgiu a WebTv, que utiliza a televisão para a visualização da informação, mas que está dependente dos "modems" normais e a possibilidade de acesso através de rádio (GPRS – General Packet Radio Service), a tecnologia utilizada para aceder através dos telemóveis e em outras aplicações.
As várias formas de acesso podem ser comparadas no seguinte quadro:

  "Modem" normal RDIS ADSL Cabo GPRS WebTv WAP
Velocidade máxima* 56Kbps 128 Kbps 8Mbps 50 Mbps ** 33 Kbps 8 Kbps***
Necessidade de linha especial
(digital/cabo
)
Não Sim Não Sim Não Não Não
Acesso permanente Não Não Sim Sim Sim Não Sim
Suporte utilizado Computador Comp. Comp. Comp. Vários Televisão Telemóvel

* Teórica
** Pode variar entre alguns Kbps e Mbps, dependendo do serviço
*** Sem utilizar o sistema GPRS

(Kbps = Kilobytes por segundo, Mbps = Megabytes por segundo, 1 Mb = 1024 Kbs)

Segundo o canal Tek do portal SAPO, a introdução do ADSL em Portugal deverá ser feita este ano pela Portugal Telecom. Os planos da empresa são de lançar inicialmente o serviço nas cidades de Lisboa e do Porto, existindo-se neste momento dois projectos piloto em Aveiro e Lisboa. A largura de banda utilizada não será o limite teórica de oito Mbps, mas sim de seis Mbps. Se o serviço depois se estenderá ao resto do país será uma incógnita, devido ao investimento necessário para equipar as centrais de distribuição do sinal telefónico com a tecnologia ADSL. A PT deverá ser a única empresa a disponibilizar este serviço, devido a que a instalação de rede fixa por parte das novas operadoras deverá ser feita em linha de fibra óptica.