Os pedidos de migração entre operadores (mantendo o mesmo número), designado por portabilidade, aumentou significativamente nos primeiros seis meses deste ano. Entre Abril e Junho de 2002, foram registados 23 mil pedidos de portabilidade entre operadores, o que resultou numa subida de 110,7 por cento em relação ao período anterior. Não deixa de ser curioso, uma vez que a noção de portabilidade, no que diz respeito ao mercado móvel, está longe de ser sobejamente conhecido. Mas estes dados reportam-se unicamente aos números geográficos. Nos não geográficos (800 e 808), o aumento da portabilidade ainda é mais espantoso: 354,5% !
Mas há ainda outros pormenores a reter dos resultados divulgados pela Anacom. O mercado da rede fixa está cada vez mais concentrado, mesmo havendo 28 empresas licenciadas para a comercialização dos respectivos serviços. No entanto, apenas 15 ainda se encontram no activo, com oito delas a assegurar o tráfego através de acesso directo e indirecto, duas exclusivamente por acesso directo (entenda-se, com rede fixa própria) e cinco exclusivamente por acesso indirecto (entenda-se, que têm de recorrer ao aluguer de rede).
De todos os acessos telefónicos existentes em Portugal em Junho deste ano, 96,4% eram explorados pela PT Comunicações, cabendo aos operadores privados os restantes 3,6%. Isto num universo de 4,4 milhões de acessos, o que se traduz por uma proporção de 42 postos telefónicos por cada 100 habitantes, cerca de metade da taxa de penetração verificada nos terminais móveis.
Isto para dizer que os utilizadores de telefone fixo geraram qualquer coisa como 3,8 mil milhões de minutos em chamadas, durante o segundo trimestre deste ano. Só os operadores privados foram responsáveis por 11,1% desse tráfego, mesmo tendo apenas 3,6% dos acessos.