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Análise. Nokia Lumia 630 Dual SIM

Além do suporte para dois números de telefone, o grande destaque do Lumia 630 é o seu preço acessível e a versão mais actual do sistema operativo da Microsoft

Análise. Nokia Lumia 630 Dual SIM

*Artigo publicado originalmente em http://www.ionline.pt/tecnologia

O Nokia Lumia 630 Dual SIM chegou ao mercado português em Junho, onde pode ser adquirido por 189,99 euros livre de operador.

Actualmente, contudo, e em algumas cadeias de retalho, os seus valores podem oscilar entre os 129,99 euros e os 159,99 euros. Estes valores tornam ainda o Lumia 630 num concorrente directo contra smartphones como o Moto G da Motorola, o sony Xperia L ou o Wiko Cink Five..

Características técnicas do Nokia Lumia 630:

• Windows Phone 8.1
• Dual SIM
• Ecrã IPS de 4,5 polegadas (480 x 854)
• Gorilla Glass 3
• 8 GB de espaço de armazenamento
• Suporte para cartões microSD (até 128 GB)
• 512 MB de RAM
• 5 MP (com autofocagem, sem flash)
• Filma em HD (720p)
• Processador quad-core com 1.2 GHz
• Bateria de 1830 mAh

A experiência Nokia Lumia 630

Um olhar para as características técnicas do Lumia 630 revela-nos um aparelho claramente dirigido a utilizadores que vão contemplar a sua próxima compra no segmento baixo/médio do mercado.

Neste aspecto, existem algumas vantagens que favorecem o smartphone da Nokia (cuja divisão de telemóveis pertence agora à Microsoft), tais como o seu suporte para dois cartões SIM, o seu ecrã, uma boa capacidade de processamento e uma excelente autonomia de bateria – de facto, ter um dual SIM com uma boa autonomia de vida é, por si só, uma característica pouco comum neste segmento de mercado.

Por outro lado, o ecrã oferece um tamanho suficientemente grande para correr aplicações, jogar jogos ou simplesmente navegar na Web confortavelmente, mas sem sacrificar o factor de portabilidade do aparelho. Ainda a seu favor, e apesar de ser um IPS, também apresenta um contraste de cores razoavelmente bom – e níveis de preto que, não sendo tão profundos como um ecrã AMOLED, conseguem não desapontar. Acrescente-se a esta característica o facto de ser revestido por Gorilla Glass 3, e temos uma proposta abaixo dos 200 euros que é resistente, mas também capaz de oferecer uma boa experiência de utilização.


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8 GB de espaço de armazenamento inicial são uma quantidade bastante aceitável para começar a utilizar o aparelho e instalar algumas aplicações, e livra-nos da preocupação imediata em adquirir um cartão microSD para contornar este problema – isto, claro, se estivessem realmente disponíveis.

Na realidade o Nokia Lumia 630 só disponibiliza 3,8 GB de espaço de armazenamento inicial, uma vez que o restante se encontra ocupado pelo software e aplicações pré-instaladas no aparelho. O facto de suportar cartões de memória até 128 GB, no entanto, oferece opções de armazenamento suficientemente abrangentes para os utilizadores mais exigentes, inclusive porque a partir do Windows Phone 8.1 é possível instalar aplicações directamente nos cartões microSD.

Os 512 MB de RAM poderão dividir muito as opiniões – esta quantidade de memória seria inaceitável, por exemplo, num smartphone Android da mesma gama e preço que o Lumia 630, mas a favor da Microsoft temos a dizer que esta é uma quantidade mais do que aceitável para obtermos uma excelente experiência de utilização na sua plataforma. É que aqui o software faz toda a diferença – ao invés de adquirirmos um smartphone com um desempenho lento e arrastado, temos uma experiência praticamente tão boa como nas gamas mais elevadas, e isto aplica-se a apps e jogos (nota: é claro que há jogos que são bem mais exigentes e isso manifesta-se no desempenho do aparelho, mas estas situações são excepções e não a regra). Esta é talvez a maior diferença entre o Windows Phone e o Android, com vantagem para a Microsoft.

Análise. Nokia Lumia 630 Dual SIM

A câmara digital é de 5 MP e não tem flash, mas é capaz de filmar em alta definição. Entre o flash e o suporte para vídeos HD, achamos que houve uma má decisão que culminou nesta componente do Lumia 630 – teria sido preferível oferecer uma experiência fotográfica mais completa e descartar os vídeos em alta definição, a nosso ver.

A autonomia de bateria do Lumia 630, contudo, foi talvez um dos aspectos que mais nos impressionou durante a sua utilização, em especial por se tratar da variante dual SIM. Importa referir, claro, que conforme o utilizador utilize um ou dois números de telefone no mesmo aparelho, o impacto da bateria será diferente – mas mesmo com dois cartões activos, por exemplo, o Nokia Lumia 630 é capaz de atingir uma duração de vida bastante aceitável para os seus utilizadores.

Um smartphone para iniciantes

O Nokia Lumia 630 é para mercados emergentes e utilizadores pouco interessados em fazer largos investimentos num equipamento, mas que ainda assim querem adquirir uma boa experiência, a uma boa relação preço-qualidade. Nesta perspectiva, o Lumia 630 é claramente um equipamento bem-sucedido.

Tudo neste aparelho está concebido para facilitar a vida aos seus utilizadores: a cobertura das costas do Lumia 630 é amovível (mas não é tão fácil de remover como o livrete que acompanha o telefone faz parecer), e este é um passo necessário para começarmos a utilizar o smartphone. Ao retirarmos a tampa que cobre a bateria, deparamo-nos de imediato com gravuras que servem para nos indicar qual a posição correcta dos cartões SIM (tanto do principal como do secundário) e do cartão microSD. Não há como nos enganarmos, e este é um aspecto principal quando o nosso público-alvo não será, à partida, muito familiarizado com o universo dos smartphones.

Análise. Nokia Lumia 630 Dual SIM

Já no que ao software diz respeito, o Windows Phone continua a ser um sistema operativo mais user friendly e simples de utilizar do que o Android da Google. O Lumia 630 inclui a aplicação Nokia Care pré-instalada, que disponibiliza um guia digital bastante completo e bem estruturado para guiar os utilizadores menos familiarizados com o aparelho e o sistema operativo. O único contra que encontrámos neste aspecto foi a necessidade de termos uma conexão à internet para podermos começar a utilizá-lo, bem como a falta de um ícone no ecrã principal que não obrigasse os utilizadores a irem à sua procura no longo menú das aplicações.

Este guia, como seria de esperar, não vem incluído apenas por caridade para com os utilizadores da empresa – serve também como instrumento de evangelização para os serviços da Microsoft, o que é compreensível tendo em conta que se trata de um equipamento e de uma plataforma detida pela própria. O Nokia Care também disponibiliza truques & dicas, FAQs sobre o aparelho e o Windows Phone, bem como vídeos demonstrativos.

Dual SIM no Windows Phone

Como esta é uma funcionalidade muito requisitada por utilizadores que usam mais do que um número (e que fazem a distinção entre o número pessoal e profissional, por exemplo), as opções que o Lumia 630 disponibiliza não só são obrigatórias, como também são simples de executar.

No menú dos contactos podemos definir qual é o SIM preferencial para telefonar a um determinado contacto: se se tratar de um colega de trabalho, por exemplo, podemos definir nas opções contactá-lo sempre através do número profissional em utilização.

Em standby, ambos os contactos se encontram disponíveis simultaneamente, mas apenas um dos cartões fica activo durante uma chamada telefónica. Este obstáculo é facilmente contornável configurando os cartões SIM para reencaminharem chamadas entre si, ou mesmo para outro telemóvel. Esta funcionalidade obriga o utilizador a aceder às definições do telemóvel, mas também se encotnra explicada nos tutoriais pré-carregados da Nokia.

Análise. Nokia Lumia 630 Dual SIM

Conclusões

O Windows Phone 8.1 não tem muitos fãs por cá, e tem a difícil tarefa de concorrer com concorrentes melhor integrados como o Android. E apesar da fama do sistema operativo da Google, a verdade é que o desempenho do Lumia 630 é fantástico para um aparelho com as suas características.

É amigável, simples de utilizar, económico, oferece um bom desempenho e uma excelente autonomia de bateria para a sua gama, o que o torna num candidato perfeito para utilizadores que só agora se estejam a iniciar no universo dos smartphones – o tipo de utilizadores que estavam na mente da Nokia quando procurou produzir este aparelho. É o tipo de smartphone que recomendaríamos a quem procurasse uma boa proposta a um bom preço, mas que não se integrasse bem dentro das intermináveis camadas que existem no Android. Também apresenta uma boa qualidade de construção, que já é uma imagem de marca da Nokia.

Isto não significa que não existam contrapartidas negativas, claro: existem utilizadores para quem o desempenho não é tudo, e no fim tudo se resume à experiência de utilização do aparelho. E nesse aspecto o Lumia 630 poderia ter sido melhor.

No caso da câmara digital, por exemplo, teria sido preferível incluir um flash (para fotografias em ambientes com pouca luminosidade) ao invés da capacidade de gravar vídeos de alta definição. Supondo que os utilizadores que dão importância à câmara digital vão olhar para este aspecto, pensamos que haveria maior satisfação em oferecer uma experiência mais completa ao invés de duas experiências distintas, uma das quais incompleta.

Tendo em conta que o Lumia 630 ocupa parte do seu espaço de armazenamento limitado com várias aplicações dedicadas à câmara digital, teria sido preferível apostar mais nesta área do aparelho de forma a oferecer uma experiência mais completa aos seus utilizadores.

O ecrã também apresenta uma resolução consideravelmente mais baixa do que o Moto G, que tem um ecrã HD e apresenta um preço bastante semelhante ao do Lumia 630.



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