Uma das melhores relações preço-qualidade do mercado
O OnePlus One foi-nos cedido para testes pela OnePlus.eu [NOTA EDITORIAL: este endereço deixou entretanto de estar disponível], cujos armazéns em território europeu garantem a recepção das unidades encomendadas entre 2 a 3 dias úteis após a realização do pedido.
Este smartphone foi inicialmente introduzido no mercado asiático em Abril, mas depressa ganhou popularidade por apresentar uma relação preço-qualidade muito competitiva: a versão mais básica do OnePlus One pode ser adquirida por 289 euros (a variante de 64 GB é mais cara e custa 329 euros na OnePlus.eu) e vem equipada com as seguintes especificações técnicas:
• Ecrã Full HD de 5,5 polegadas (1920 x 1080)
• 401 ppi (densidade de píxeis)
• 16/64 GB de armazenamento
• 3 GB de RAM
• S/ Suporte para Expansão de Memória
• NFC
• Bluetooth 4.1
• 13 MP de câmara (com autofocagem e flash dual LED)
• Filma em 4K
• Câmara frontal de 5 MP (filma em HD)
• CyanogenMod (baseado em Android 4.4 KitKat)
• Processador Quad-Core de 2.5 GHz
• Bateria de 3100 mAh
Além das especificações, outro ponto de interesse no OnePlus One está no seu software – uma variante do Android optimizada para oferecer um bom desempenho chamada CyanogenMod. A interface é semelhante, mas ligeiramente mais funcional, e com funções e melhorias que não tendem a ser oficialmente disponibilizadas pelas fabricantes de telemóveis mais populares – algumas dessas funcionalidades incluem o suporte nativo para temas, codecs para ficheiros áudio FLAC, tethering via Wi-Fi, etc.
A experiência OnePlus One
Quando algo é demasiado bom para ser verdade, geralmente acaba por não ser – mas o OnePlus One promete mesmo ser uma excepção à regra. O primeiro grande factor apelativo deste smartphone começa pelo seu ecrã de 5,5 polegadas, com resolução Full HD – geralmente em telefones comercializados por este valor, existem sempre aspectos que são sacrificados para manter um preço mais apelativo, e o ecrã tende a ser um deles. Não foi o caso do OnePlus One, que disponibiliza inclusive uma excelente densidade de píxeis (com 401 píxeis por polegada (ppi), a densidade do OnePlus é praticamente igual à do ecrã do novo iPhone 6 Plus, a título de exemplo).
O OnePlus One também vem equipado com uns respeitáveis (e como referimos nas nossas primeiras impressões, pouco habituais) 3 GB de RAM, uma quantidade de memória geralmente reservada a topos-de-gama premium. Esta quantidade de RAM garante um excelente desempenho em qualquer smartphone, mas se lhe associarmos um processador quad-core com 2.5 GHz, bem como software especialmente optimizado para um bom desempenho, temos todos os ingredientes para uma experiência eficiente e livre de preocupações.
De facto, resolvemos disponibilizar a pontuação do OnePlus One no prestigiado AnTuTu benchamark, onde é possível ter uma ideia do seu desempenho real em comparação com topos-de-gama como o Samsung Galaxy Note 3, Galaxy S5 e HTC One M8, entre outros.
Como é possível ver pelos resultados, o OnePlus One está muito bem cotado em termos de desempenho. Isto, aliado ao seu grande ecrã Full HD, garante que o OnePlus One é o telefone ideal para correr praticamente todo o actual catálogo de jogos e aplicações disponíveis na Google Play. E é um facto que podemos comprovar: o desempenho esteve longe de ser um problema neste telefone. Toda a experiência no OnePlus se apresentou fluida.
Nem tudo foi perfeito, contudo – o único problema que tivemos durante o período de testes ocorreu quando o OnePlus, inexplicavelmente, começou a reproduzir hip hop asiático dentro de um transporte público. Este fenómeno ocorreu em duas alturas diferentes quando o telemóvel se encontrava bloqueado e dentro do bolso.
Hardware
A edição que recebemos para testes continha 64 GB de espaço de armazenamento, ainda que 16 GB já sejam uma quantidade de armazenamento bastante razoável, incluindo para telefones sem expansão de memória (que é o caso do OnePlus). A não ser que o utilizador pretenda popular o seu telefone com toda uma colecção de filmes em alta definição, esta quantidade deverá ser mais do que suficiente para jogos, aplicações e fotografias.
Importa referir, contudo, que é recomendável ter especial atenção ao espaço ocupado pelas gravações da câmara (o OnePlus é capaz de gravar em UHD, ou 4K). Admitidamente, e face ao leque de características impressionantes do OnePlus, a ausência de expansão de memória quase parece um detalhe insignificante. Teria sido, por assim dizer, a cereja no topo do bolo.
CyanogenMod baseado em Android KitKat
O OnePlus One não é apenas uma amálgama de hardware de topo – o seu software também foge um pouco ao lado mais convencional do Android. Um primeiro olhar para a interface do OnePlus não desconfiaria de que estamos perante um Android ligeiramente diferente – a estética do sistema operativo da Google está lá, organizada de uma forma já familiar para quem é utilizador da plataforma.
Ao contrário do Android convencional, contudo, o CyanogenMod foca-se especialmente no desempenho e na segurança da plataforma. A interface é mais funcional, e disponibiliza funções e melhorias que não tendem a ser oficialmente disponibilizadas pelas fabricantes de telemóveis mais populares – algumas dessas funcionalidades incluem o suporte nativo para temas, codecs para ficheiros áudio FLAC, tethering via Wi-Fi, etc.
As diferenças, no entanto, são mais subtis do que propriamente notáveis, mas aperfeiçoam a experiência de utilização em geral. O que nos leva a concluir que o CyanogenMod talvez seja uma plataforma mais apropriada para utilizadores já avançados, especialmente os que valorizam a capacidade de personalização dos seus telefones e o desempenho.
No caso do OnePlus, algumas adições interessantes incluiram uma vitrina de temas, onde é possível navegar por uma loja que disponibiliza vários temas para personalizar o ambiente do telefone (são quase todos pagos, e os valores podem variar).
É também possível mexer nas definições de áudio do telefone com recurso a um equalizador, que vai influenciar directamente o som que for produzido pelo altifalante do OnePlus – os fãs de música que ligarem os seus auscultadores ao telefone vão gostar de saber que é possível personalizar o aumento de graves do OnePlus, bem como aceder a opções de personalização de som surround. Para quem não tiver paciência de procurar pela sua afinação perfeita, contudo, o OnePlus disponibiliza uma série de opções pré-personalizadas.
Conclusões
Haveria muito a dizer sobre este telefone: desde o facto de ser muito completo até ao desempenho fantástico que possui em praticamente todas as actividades que lhe competem, passando inevitavelmente pelo preço agressivo com que se encontra disponível. O seu design talvez não se compare ao de um rival como o HTC One, por exemplo, mas tudo no OnePlus parece dar prioridade à função e não à estética.
O CyanogenMod requer alguma habituação, mas todos os utilizadores já familiarizados com Android não vão ter que dispensar muito tempo a conhecerem esta variante da sua plataforma. É de referir que os consumos de energia no OnePlus também se revelaram verdadeiramente surpreendentes: com uma utilização intensiva, baseada sobretudo em escutar música, navegar na Web e jogar jogos, conseguimos aguentar o OnePlus One por pouco mais de dois dias. Em standby só tivemos praticamente que o carregar uma única vez, e uma semana depois ainda dava sinais de vida (ainda que a bateria estivesse praticamente no fim da sua autonomia).
Tendo em conta todas as características que este telefone reúne, em conjunto com o preço absurdo ao qual está associado, atrevemo-nos a dizer que, pelo menos até à data da publicação deste artigo, o OnePlus One é muito provavelmente a proposta mais interessante do ano. Esperamos, contudo, que até ao final de 2014 surjam mais novidades à altura.
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