Antenas espanholas sob controlo

O ministério da Ciência e Tecnologia espanhol vai obrigar a reduzir a emissão de radiações das antenas das redes GSM.

O decreto publicado no sábado, no Jornal Oficial do Estado, não põe em causa a legislação vigente sobre as emissões radioeléctricas aprovado no trimestre passado. Segundo Ana Birulés, esta decisão “segue os mesmos critérios que aqueles que recomendam às crianças que não passem muito tempo em frente à televisão”.

Esta decisão vem no seguimento de há umas semanas atrás ter-se descoberto quatro casos de cancro em alunos de uma escola em Valladolid, cujo edifício estava a 40 metros de um outro onde se encontravam 30 antenas difusoras de rede GSM. Estes casos só foram a confirmação dos sintomas que já suspeitavam ter-se verificado nas crianças. Casos que levaram, por ordem de um tribunal local, a desmantelar o parque de antenas.

Apesar de não ter havido nenhum relatório médico que interligasse as antenas aos casos de cancro (relação causa – efeito), o certo é que a mobilização dos pais dos alunos, em recusar enviar os seus filhos à escola sob aquelas condições, ditou um desfecho mais que previsível.

Recorde-se que, concretamente, ainda não foi provado que possa existir alguma relação entre as ondas electromagnéticas e riscos para a saúde pública, mas o contrário também não foi, ainda, provado. A OMS (Organização Mundial de Saúde) só no ano passado decidiu, oficialmente, começar a investigar de forma mais aprofundada este tipo de relação (telemóveis – saúde humana), não só nas radiações emitidas pelas antenas como pelos próprios telefones celulares.

Mas um estudo desta magnitude, leva o seu tempo a concluir. Aliás, o prazo mínimo para avaliar o impacto das radiações na saúde pública é, no mínimo, de quatro anos. Até lá, ficamos todos na dúvida.