Antenas no Ar

Com a chegada do UMTS vão haver mais 14 mil antenas a povoar a paisagem. Urbana e rural.

A Quercus está preocupada com o impacto ambiental das 14 mil novas antenas que o sistema UMTS (telemóveis de 3ª geração) vai obrigar a instalar. Como é que se pode proteger a paisagem de 14 mil novas antenas espetadas no solo? Nas grandes cidades a coisa até é capaz de passar despercebida, mas na província…

É óbvio que a aposta das operadores de telecomunicações móveis vai mais nos grandes centros urbanos, onde está concentrado o maior número de potenciais utilizadores do serviço UMTS. Mas a província também não será esquecida. E se na cidade, a instalação de novas antenas até pode ser disfarçada (mais umas quantas ninguém vai notar!), o mesmo já não se passa no interior.

Um dos organismos nacionais de defesa do ambiente, a Quercus, já veio alertar para o facto do número de antenas a instalar de raiz poder ser tanto prejudicial para o ambiente, como para a saúde pública. É que segundos os responsáveis por aquela assiociação ambiental, por cada antena actualmente existente de GSM serão precisas mais três ou quatro para garantir a mesma cobertura para o UMTS. Ora, se tivermos em conta que para este novo tipo de telecomunicações há ainda um operador extra, a ONI-Way, para além dos três já existentes, o número de antenas a colocar torna-se preocupante.

Nas mesmas declarações, citadas pelo site Recortes, os responsáveis da Quercus adiantam que já existem, actualmente, queixas relacionadas com as actuais antenas. “Ruído provocado pelo diapasão causado pela antena e pelos equipamentos e degradação da paisagem” são as mais comuns. E a mesma associação adianta ainda que tudo isto se passa, muitas vezes, sem o respectivo licenciamento das autarquias.

Ou seja, a nova geração de telemóveis ainda não chegou e já está a causar polémica. A associação Quercus deixa mesmo um aviso ao ICP: tem que intervir mais activamente juntos dos operadores, para ponderarem a possibilidade de partilhar as antenas, por uma questão de saúde pública e ambiental. Podiam mesmo acrescentar, por uma questão financeira, já que a instalação de infra-estruturas para o efeito foi, considerado por muitos operadores europeus, como o principal polo de investimento nesta área do UMTS. Caso para dizer, no poupar é que está ganho…de todos!