Um dos motivos que levaram a Apple a optar por descontinuar a produção do iPhone 5, que culminou com a substituição do mais recente iPhone 5C, esteve relacionado com o custo de produção do smartphone, que a Apple considerou serem demasiado elevados para um modelo que já não seria o principal foco da empresa. Se olharmos para o novo iPhone 5S, contudo, podemos constatar que as diferenças a nível estético são quase mínimas, embora seja no interior do smartphone que as novidades proliferam mais. Mas quanto custa à Apple produzir um iPhone que, no mercado, custa acima mais de €600?
Segundo a InformationWeek, que cita dados divulgados pela IHS, uma média de 200 dólares – o equivalente a aproximadamente 150 euros, que por sinal apresenta o mesmo custo de produção que o seu antecessor. A empresa alegadamente desmontou os novos iPhones e realizou uma estimativa em relação à origem e custo das suas componentes.
O custo dos materiais necessários para a montagem de uma versão de 16 GB do iPhone 5S custa em média 191 dólares, ou 140 euros. Se acrescentarmos a este valor os 8 dólares (pouco mais de 5 euros) do fabrico, o valor total é de 199 dólares. Já a versão de 64 GB do iPhone 5S acresce em 19 dólares, ou aproximadamente 15 euros, e custa no total 218 dólares (pouco mais de 160 euros).
Tendo em conta os preços praticados pela Apple no mercado em relação aos seus aparelhos, – os preços oficiais ainda não foram divulgados em Portugal, mas a julgar pelos preços praticados actualmente no iPhone 5 começarão nos €679 (bloqueado para operador) e ultrapassarão (livre de operador) os €799 – a margem de lucro da empresa situa-se nos 326%.
O custo de produção do iPhone 5C é ligeiramente inferior, de acordo com a IHD, que divulgou no AllThingsD os resultados da sua análise. As componentes e o custo de produção totalizam um custo de 173 dólares para a Apple, ou o equivalente a aproximadamente 130 euros, e 183 dólares para a versão de 32 GB do smartphone. Se tivermos em conta que provavelmente o aparelho será comercializado por valores a começar nos 579 euros (bloqueado para operador) e acima dos 600 euros para a versão livre de operador, a margem de lucro poderá rondar os 317%.
O ecrã Retina apresenta-se como a componente mais cara nos novos iPhones, com um custo estimado de 41 dólares (30 euros). Outras componentes que já servem para diferenciar os novos modelos, tais como o novo processador A7 do iPhone 5S, fabricado pela Samsung, custam 17 dólares (13 euros) e levaram a Apple a optar por um formato de RAM diferente para o seu topo-de-gama. Já o processador A6 do iPhone 5C custa 13 dólares.
Já a título de curiosidade, o leitor de impressões digitais presente no iPhone 5S não acrescenta mais do que 7 dólares ao custo do iPhone 5S, ou pouco menos de 3 euros.
Os outros custos de que ninguém fala
É um facto que os novos iPhones são produtos pouco acessíveis ao consumidor comum, mas é necessário acrescentar à valorização dos aparelhos custos muitas vezes não considerados e que envolvem desde investigação às próprias campanhas de marketing dos aparelhos.
