Se fazia parte do leque de utilizadores curiosos e preocupados com a nova Touch ID do iPhone 5S, não se preocupe: ninguém lhe vai cortar o dedo para entrar no iPhone. Ou melhor: mesmo que o façam, não irão conseguir aceder aos seus dados. Esta preocupação relativa à potencial remoção de um dedo para poder aceder a um dispositivo roubado tem sido amplamente divulgada online, o que obrigou a empresa, além de vários especialistas em biométrica, a prestar mais esclarecimentos em relação à segurança do novo iPhone 5S.
A empresa também prestou esclarecimentos sobre a sua Touch ID na semana passada, após vários utilizadores preocupados terem acusado a empresa de se preparar para reunir um banco de dados para a Agência de Segurança Nacional norte-americana. As novas tecnologias de segurança biométricas têm levantado algumas preocupações ao longo dos últimos anos, em especial depois de vários relatos sobre um assalto a um Mercedes protegido biometricamente, ocorrido na Malásia, em que o dono perdeu um dedo de forma a que os assaltantes pudessem levar o veículo.

O veredicto em relação ao iPhone 5S, contudo, aposta na segurança dos seus utilizadores: ninguém vai levar o seu dedo caso esteja a pensar em adquirir um. O Touch ID recorre a um sensor que utiliza frequências de rádio para detectar outras camadas sub-epidérmicas da pele do utilizador, o que requer que o mesmo esteja vivo – e de preferência ligado ao resto do corpo – para ser utilizado.
“A tecnologia está construída de forma a que a imagem [da impressão digital] tenha que ser retirada de um dedo vivo”, afirma Sebastien Taveau, CTO da Validity Sensors, uma fornecedora de soluções para sensores de impressões digitais. “Ninguém nas biométricas quer falar de dedos cortados e cadáveres, mas no fim do dia ainda nos pedem para remover os medos dos consumidores e para assegurarmos que eles compreendem que não funciona”.

Esta nova funcionalidade não significa necessariamente que os seus utilizadores não sejam forçados a desbloquear eles próprios os seus smartphones, mas pelo menos permite confortar aqueles que temerem o pior dos cenários.
“[A Apple] usou uma tecnologia que já existe há muito tempo, a grande diferença é que a tornaram ‘cool'”, afirma Taveau. “Tem estado presente em laptops, mas além de bloquear e desbloquear os aparelhos não havia um grande uso para ela”.