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Apple na luta contra o trabalho precário

A empresa da maçã apresentou o seu relatório anual de responsabilidade de fornecedores.


As fábricas onde os smartphones são produzidos, muitas vezes apresentam condições de trabalho quase desumanas.

Principalmente na China – onde existe um grande número de fábricas –, os trabalhadores muitas vezes laboram dezenas de horas semanais extra, contribuindo para aquela que é considerada uma das maiores taxas de suicídio per capita do mundo.

Depois de ter sido divulgado um vídeo filmado por uma câmara escondida numa das fábricas da Apple na China, onde é possível observar as condições precárias e acima de tudo o enorme cansaço evidenciado pelos trabalhadores, a Apple parece estar a insurgir-se de forma a contrariar essa situação. 

A gigante norte-americana publicou o seu nono relatório anual de responsabilidade de fornecedores, que volta a sublinhar a necessidade de tratar todos os trabalhadores com respeito e dignidade.

Apple-Factory

No dito relatório, a Apple divulgou 16 situações de trabalho infantil, o que para uma empresa da sua dimensão e acima de tudo com fábricas localizadas no sítios onde estão, até pode ser considerada uma notícia de certa forma positiva.

Depois, foi identificada uma percentagem de 8% de trabalhadores que ultrapassaram o número máximo de horas de trabalho semanais estipulado pela empresa – 60 horas -, percentagem essa que se verificou inferior à de 2013.

A empresa ainda afirma a pretensão de diminuir a sua dependência em materiais considerados conflituosos, como o tântalo, estanho, tungstênio e ouro.

Por outro lado, a Apple identificou 24 fábricas que discriminaram mulheres grávidas, outras 20 que solicitaram exames médicos não obrigatórios por lei e 73 fábricas que obrigaram trabalhadores com idades compreendidas entre 16 e 18 anos a trabalhar horas extra e turnos nocturnos, o que viola as regras estipuladas pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Por fim, foram identificadas mais 105 fábricas que não pagaram horas extraordinárias aos seus empregados, e ainda outras 18 que nem sequer o salário mínimo obrigatório por lei pagaram aos trabalhadores.

No total, a empresa de Tim Cook usufruí de uma mão-de-obra constituida por cerca de 1.1 milhões de trabalhadores. Gerir esta quantidade de pessoas seguramente não é tarefa fácil, existindo inevitavelmente casos onde as condições de trabalho não são as mais desejadas.

Contudo, a vontade da Apple em contrariar o trabalho precário é de louvar. Se a empresa der continuidade ao esforço que tem vindo a ser feito no sentido de melhorar o contexto de trabalho da sua mão-de-obra, certamente que o relatório correspondente a 2015 apresentará números francamente melhores.