*Imagem por briansolis
*Veja aqui todos os equipamentos da Apple
Arrisco afirmar que senão todos, pelo menos a grossa parte da população está familiarizada com a marca Apple. Produtora de alguns dos maiores sucessos em termos de telecomunicações até à data e não só, a Apple é considerada por muitos como o ex-líbris das novas tecnologias, a par de outras grandes organizações como a Microsoft ou a Google.
Em 1976, Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne fundaram a Apple Inc., materializando o sucesso do computador “Apple I” que havia sido criado inicialmente por Wozniak para uso próprio até que Steve Jobs teve a ideia de o comercializar, por 666 dólares. Após cerca de duas semanas da fundação da empresa e por receio de falência, o terceiro co-fundador Ronald Wayne abdicou dos seus 10% da Apple Inc. por apenas 800 dólares, terminando aqui o seu papel na história da Apple.
Em seguida, a Apple iniciou o processo de produção do seu segundo computador pessoal, que se viria a chamar “Apple II”. Por um preço substancialmente superior ao primeiro, o Apple II simbolizou assim a entrada oficial da empresa no mercado apenas um ano após a fundação da Apple, tendo o mesmo sido o primeiro computador pessoal a ser comercializado de forma massificada.
Passados 3 anos da introdução do Apple II, a empresa introduz uma IPO (Initial Public Offering) ou Oferta Pública Inicial, com um valor atribuído de 1.8 mil milhões de dólares. É de notar que por esta altura a Apple já tinha nos seus quadros cerca de 1000 empregados, dos quais perto de 40% ficaram instantaneamente milionários após a entrada da companhia na bolsa.
Apple I
Em 1982 Steve Jobs convenceu John Sculley, presidente da conhecida PEPSI, a juntar-se à Apple como chefe do departamento de marketing e comunicação, cargo que viria a ser dentro de pouco tempo desocupado por Sculley apenas para se tornar CEO da empresa.
Durante a presidência de Sculley a Apple introduziu em 1983 o “Apple Lisa”, o primeiro computador com rato e com uma interface gráfica cujas principais bases foram adquiridas aquando da visita de Steve Jobs à Xerox, assim como o aguardado Macintoch em 1984, que viria a ser chamado de “o computador de todos nós”, que se veio a verificar como um enorme sucesso. De forma a colocar o leitor em perspectiva, o Macintoch vinha equipado com 128Kb de memória RAM, algo fantástico dada a altura.
Em 1985 e após uma decisão do conselho de administração Steve Jobs deixa a Apple, não sem antes convencer alguns leais empregados a saírem da empresa consigo, empregados esses que juntamente com o fundador da Apple viriam a criar a empresa NeXT.
Posteriormente e após a tomada de posse por Scully, começaram a surgir os primeiros atritos entre o na altura CEO e Steve Jobs. Com dois estilos de liderança distintos, Sculley afirmava não gostar da forma como Steve Jobs tratava os empregados, ao passo que Jobs não concordou que o Macintosh sofresse um aumento de 500 dólares no seu preço de mercado, dado que a tecnologia tinha o objectivo de ser vendida de forma massiva e, para tal, tinha de ter um preço mais acessível.
O facto das finanças da empresa não estarem nos seus melhores dias também não ajudou a acalmar os ânimos entre as duas principais caras da empresa, facto comprovado pela queda nas vendas do Macintosh e na paragem de produção do Apple Lisa. Para ajudar mais à festa, Steve Jobs também não escondia que o respeito que detinha por Sculley tinha diminuído drasticamente.
A constante luta entre ambas as caras da empresa da maçã atingiu o seu ápice numa reunião do conselho de administração em 1985, onde Steve Jobs viu as suas funções serem absorvidas por Sculley graças ao apoio que recebeu dos restantes membros da administração, cujas consequências se traduziram num afastamento gradual de Steve Jobs do dia-a-dia da empresa.
Passados poucos meses e farto da sua situação na Apple, Steve Jobs apresentou a sua demissão para posteriormente fundar a empresa NeXT, juntamente com outros empregados da sua antiga empresa.
Steve Jobs e John Sculley
Entre a saída e retorno de Steve Jobs à Apple, a empresa passou por largos períodos menos bons não deixando contudo de inovar, facto comprovado pelo lançamento do projecto Newton que visou reinventar mais uma vez o computador pessoal, cuja liderança foi assumida pelo engenheiro de hardware Steve Sakoman, resultando na produção de um produto muito mais portátil com internet wireless e capaz de reconhecer escrita manual.
Em 1988 a Apple vê a sua quota de mercado descer, muito graças a vários produtos lançados pela Intel, cujas tecnologias de base eram assentes em patentes detidas pela Apple. Assim sendo, a empresa da maçã processou a Intel por esta última infringir patentes relacionadas com tecnologia audiovisual utilizada no Apple Lisa e no Mac para a construção do Windows 2.03.
Entretanto a Apple lança o seu próximo computador, o Apple IIx, que coincidiu com a entrada no mercado de um outro computador, desta feita produzido por Steve Jobs através da sua empresa NeXT que, comparativamente ao Apple IIx, foi aclamado pela crítica como sendo largamente superior.
Em 1990 a Apple compra 43% das acções da empresa ARM, produtora do processador presente no Newton, por 2.5 mil milhões de dólares que, no final da década, reverteu em lucros na ordem dos 790 mil milhões de dólares, compensando as perdas e o insucesso verificado pelo Newton que mesmo assim ainda viu uma segunda versão entrar no mercado, chamada de Newton MessagePad, cujo insucesso ditou a retirada de John Sculley como CEO da Apple.
Já com Gilbert Amelio como CEO, a Apple adquire a empresa NeXT de Steve Jobs em detrimento do avanço na produção do sistema operativo Copland, decisão acatada com bastante surpresa por parte da comunidade.
Newton MessagePad
Com o retorno de Jobs à Apple, Amelio começou a ver a vida a andar para trás. Orquestrando uma forma de voltar a tomar conta da empresa, Steve Jobs conseguiu em 1997 ser nomeado CEO interino, afastando definitivamente Amelio do seu cargo.
Com Steve Jobs na liderança, ainda que indefinida, a Apple apresentou o iMac em 1998, como sendo o “computador com internet para todos nós”, fazendo uma clara alusão ao lançamento do Macintosh. Custava perto de 1.300 dólares e foi considerado como uma força a ter em conta, dado ser o computador mais rápido alguma vez produzido pela empresa.
Passam-se dois anos e em 2000 Steve Jobs aceita o cargo de CEO em definitivo, dividindo inicialmente o seu tempo entre a Apple e a Pixar, empresa da qual também era CEO na altura.
A partir daqui, arrisco afirmar que quase todos conhecemos a história. Vejamos os principais acontecimentos.
Em 2007 foi anunciado o iPhone, que veio revolucionar a indústria mobile e simultaneamente criar um standard no mercado das telecomunicações que viu por diversas vezes outras empresas a tentarem-lhe fazer frente. Apesar da larga concorrência, o iPhone é ainda hoje aclamado como o primeiro smartphone a verdadeiramente fazer jus ao nome.
Seguiram-se vários anos de inovações por parte da empresa da maçã, em que muitas delas vieram cimentar a sua posição como líder de mercado no âmbito das tecnologias. Desde a apresentação do Macbook, passando pelo formato do iMac e do Mac, a Apple basicamente limitou-se a aperfeiçoar todas as ideias que já tinha materializado em anos anteriores, não deixando de continuar a fabricar produtos com elevadíssima qualidade e, sob uma perspectiva menos boa, com preços significativamente altos.
Em 2011 falece o principal fundador da Apple, Steve Jobs, sendo que a sua última aparição pública teve lugar no mesmo ano, durante a apresentação do projecto para a construção da nova sede da empresa em Cupertino. Deste modo, poder-se-á considerar que as últimas grandes inovações por parte de Steve Jobs corresponderam à apresentação do iPad e do iPhone 4, que veio demonstrar um design totalmente repensado e é ainda hoje considerado como um dos mais belos smartphones do mercado.
Após a morte de Jobs em 2011, Tim Cook assumiu o seu posto, cargo que mantém até aos dias de hoje. Sob a alçada de Cook a Apple apresentou o iPhone 4S, 5, 5S, 6 e mais recentemente o iPhone 6S, assim como várias versões do iPad, do MacBook e, em termos de software, do iOS e do Mac OS.
Entre a multitude de novos produtos e software apresentados até hoje, destacamos o iPhone 6 e o iOS 7. O primeiro porque corresponde a um dos produtos que mais vendas obteve até hoje assim como a uma transição significativa a nível de aparência, ao passo que o segundo se destaca por ter representado uma das maiores mudanças em termos de design e funcionalidades que a Apple já ofereceu aos seus utilizadores.
Tim Cook durante a apresentação do iPhone 6