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A BlackBerry aceitou ser comprada: mas o que vem a seguir?

O que reserva o futuro à BlackBerry? Alguns analistas partilham a sua opinião sobre o possível rumo da BlackBerry caso a aquisição da Fairfax seja aprovada

É oficial: a BlackBerry recebeu – e aceitou – a proposta de compra avançada pela Fairfax Financial Holdings, o que vai ao encontro de vários dos rumores que, agora confirmados, sugeriam que até Novembro a empresa liderada por Thorsten Heins poderia avançar com uma acção semelhante para preservar o seu futuro. As expectativas agoram focam-se no que o potencial novo detentor da empresa – que só será oficialmente anunciado dentro de seis semanas, caso a compra seja aprovada – irá fazer à BlackBerry tal como a conhecemos.

Por um lado as expectativas sugerem que os seus interesses económicos sejam focados em dividir ainda mais a empresa e vender a sua divisão de smartphones, embora deva haver interesse na manutenção de serviços de rede para clientes empresariais. Um analista, contudo, defende que este poderá não ser o caminho a seguir.

A BlackBerry aceitou ser comprada: mas o que vem a seguir?

“Eu não creio que ‘partir’ a empresa seja o caminho certo a seguir”, afirma Jack Gold, analista da J. Gold Associates. “Acredito que há mais valor em manter as três partes – dispositivos, serviços e colaboração – intactas, o que funciona melhor em termos de valor a longo prazo”. Isto não invalida que a BlackBerry não tenha pela frente desafios hercúleos no caso de ainda considerar a opção de voltar a ser significativa no mercado dos smartphones, especialmente “tendo em conta o declínio precipitado das [suas] vendas”.

Esta não parece ser uma opinião partilhada por toda a gente. “O que mais poderia a Fairfax fazer, além de vender as partes [da BlackBerry]?”, questiona Carolina Milanesi da Gartner. A justificação está no facto de “a Fairfax não ter conhecimento ou meios” à sua disposição para enfrentar os desafios que a BlackBerry se encontrava a tentar superar.

A BlackBerry aceitou ser comprada: mas o que vem a seguir?

As sugestões, por outro lado, parecem partir de várias frentes. “A BlackBerry deveria criar negócios sustentáveis, autónomos a partir do negócio de serviços da empresa e portefólio de patentes”, afirma Bill Menezes da Gartner. O próprio foco no segmento dos smartphones deveria ser direccionado para um nicho de mercado mais específico, especialmente porque as perdas recentemente anunciadas pela empresa são sinais indicadores de que “o mercado seguiu em frente [desde os] telemóveis BlackBerry e não irá regressar de nenhuma forma significativa”.

Não são conhecidos ainda os planos da Fairfax em relação à BlackBerry, mas vários dos rumores sugerem que, havendo outros potenciais interessados, as suas aquisições resumir-se-iam apenas à compra de partes específicas da empresa, mais concretamente à sua área de serviços, o que sugere que o futuro dos smartphones BlackBerry permaneceria tal como se encontra actualmente, com ou sem aquisição. Também o sistema operativo da companhia, e não os seus dispositivos, parecem ter captado o interesse de vários licitantes.

A BlackBerry aceitou ser comprada: mas o que vem a seguir?

Em relação ao real valor da empresa, os dados disponíveis levam a crer que a aceitação da actual proposta da Fairfax poderá estar relacionada com a falta de alternativas melhores: vários analistas financeiros valorizam o portefólio de patentes da empresa em 3 mil milhões de dólares, por exemplo, ao passo que os seus centros de operações em rede poderão valer tanto como 4.5 mil milhões de dólares. Acrescente-se ainda os 3 mil milhões de dólares que a empresa ainda tem em dinheiro e investimentos e a valorização total da empresa poderá equivaler a tanto como 10.5 mil milhões de dólares.

2013 está a ser um ano de partida para os gigantes que outrora fizeram história no passado da indústria mobile. Na opinião do leitor, a aquisição da BlackBerry poderá ser a melhor alternativa para a empresa? Que rumo acha que deveria a gigante tecnológica seguir? Conte-nos o que pensa.