*Imagem: Flickr/Bruno Morais
Não sei quanto ao leitor, mas no meu caso não há dia que passe sem que eu ponha a bateria do meu telemóvel a recarregar. Para mim este tornou-se num ritual quase religioso, ao qual não falho por nenhum motivo do mundo.
É claro: no meu caso ainda o faço através do bom velho método de conectar o carregador à tomada e ao telemóvel, mas com a crescente popularidade dos carregadores sem fios, é difícil não desejar ter um sistema destes lá em casa. Até porque se torna bem mais cómodo.
Mas como funciona o carregamento wireless?

Imagem: Flickr/Richard Wintle
Esta sempre foi uma das questões que mais curiosidade me suscitaram no sistema de carregamento wireless, ou sem fios. Até porque, inicialmente, não há como evitar ficar fascinado ao verificar que realmente o telemóvel – se for compatível, claro – está a reagir a alguma força invisível e aparentemente incompreensível.
Carregamento por Indução

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O termo ‘carregamento por indução’ é o nome técnico para o que vulgarmente conhecemos por carregamento wireless, ou carregamento sem fios. Importa referir que este sistema, pelo menos conceptualmente, também não é uma novidade – antes, teve origem ainda no século XX, graças ao trabalho do sérvio Nikola Tesla.
Tesla foi responsável pelo registo de uma patente que descrevia um dispositivo capaz de transmitir electricidade de um condutor para outro. O que esta patente tinha de especial, como o leitor poderá já imaginar, foi que descrevia uma transmissão sem fios. É importante referir, contudo, que o trabalho desenvolvido por Tesla, embora conceptualmente já descrevesse sistemas de carregamento wireless, nunca deu frutos. A ideia, no entanto, nunca morreu.
Carregamento sem fios

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A tecnologia de carregamento sem fios rege-se por standards. Um dos mais populares, se não mesmo o mais popular, é o standard QI. Independentemente do standard utilizado, todos eles partilham um aspecto em comum – o de um campo electromagnético que, através da transferência de energia eléctrica entre uma unidade de carregamento e um dispositivo compatível (que neste caso se trata de um smartphone, mas que em teoria se poderia tratar de qualquer outro tipo de dispositivo), consegue produzir energia.
Como funciona o carregamento wireless

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Especificamente, quando a unidade de carregamento está conectada a uma tomada, há uma pequena bobina no seu interior que funciona como transmissor. Esta bobina transfere uma corrente alternante para uma outra bobina localizada no interior do smartphone (que será o aparelho receptor). Desta forma gera-se um campo magnético.
É este processo – que induz voltagem na bobina do receptor – que carrega a bateria do smartphone. A este processo chama-se de acoplamento indutivo.
Esta tecnologia é um permanente work in progress, ou seja, encontra-se constantemente a ser aperfeiçoada. As limitações que existem têm vindo, progressivamente, a ser contornadas.
Carregamento wireless, mas não completamente sem fios
Para todos os efeitos, e objectivamente falando, o transmissor de corrente ainda tem de estar ligado à corrente para gerar e transmitir energia. Em relação às vantagens desta tecnologia face à tecnologia tradicional, por enquanto resumem-se ao comodismo que proporcionam. É que, em termos de rapidez e eficiencia, embora não sejam significativamente superiores, pelo menos oferecem níveis equiparados aos das tecnologias com fios.
Uma vantagem que deverá importar, contudo, está nos consumos de energia inferiores desta tecnologia – quando em modo standby. A equipa de desenvolvimento do standard QI, segundo o PhoneArena, afirma que a sua tecnologia gasta apenas 0,0001 watts quando está ligada à electricidade mas não se encontra a carregar outro aparelho.