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Corpo humano: a próxima infra-estrutura wireless?

Equipa de investigadores irlandenses está a estudar uma forma de permitir ao ser humano converter-se na próxima infra-estrutura wireless – através de sensores, rádios e gateways conectados numa rede body-to-body.

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O sistema de comunicações body-centric tem sido uma das prioridades do Instituto de Tecnologia Electrónica, Comunicações e Informação, da Queen’s University, em Belfast, Irlanda. Este trabalho conta com 5 anos de pesquisa no campo das comunicações body-to-body, focando-se na forma como o movimento e o próprio corpo humano afectam a propagação dos sinais de rádio. Os investigadores foram recentemente premiados com $800 mil dólares pela Academia Real de Engenharia e pelo Conselho de Engenharia e Investigação Física.

Redes corporais (body networks) em constante movimento e mudança poderiam ser o alicerce de uma infra-estrutura móvel, com enorme largura de banda, que permitiria carregar ficheiros através de telemóveis ou outros dispositivos. Tais redes utilizariam transmissão paralela e routing, através de uma rede de nós corporais, permitindo ao corpo ligar-se a pontos de acesso fixos, gateways ou mesmo telemóveis. Um mapa das conexões do Body Network pode ser visto aqui. Este conceito é uma extensão de outros trabalhos feitos neste campo, como os sensores médicos wireless que podem ser colocados, ou mesmo implantados, no corpo de um paciente, permitindo recolher dados e transmitir informações a um sistema fixo.

De acordo com o Dr. Simon Cotton, um colaborador do Instituto, a pesquisa tem como objectivo criar uma rede de sensores wireless on-body, que possam também comunicar externamente através de infra-estruturas de rede cooperativas. A ideia básica é que em áreas densamente povoadas, em vez de comunicar com uma estação de base celular a 1 ou 2 km’s, a informação seja transmitida à pessoa mais próxima utilizando comunicações cooperativas, onde todos os utilizadores usam uma parte da largura de banda disponível partilhada por outros utilizadores, até atingir o recipiente pretendido. Cada utilizador poderia dividir um ficheiro em várias partes mais pequenas e transmitir conteúdos às pessoas na sua área de proximidade, que por sua vez poderiam reencaminhar a informação a outras pessoas, até chegar ao utilizador pretendido, onde os conteúdos se voltam a unir, afirma. Idealmente, até conteúdos como vídeos em alta definição poderiam fazer parte do leque de informações partilhadas por este meio.

Outro benefício é que a localização de frequências para uma rede assim poderia ser reutilizada em distâncias muito menores, o que significa que o espectro de radiofrequência seria utilizado com maior aproveitamento. Semelhante a redes baseadas em IEEE 802.15.4, para sensores wireless, as body networks poderiam sustentar-se com níveis de energia muito inferiores, já que o sinal seria transmitido em distâncias de 10 a 100 metros,

Por enquanto o principal desafio passa por desenvolver software que consiga lidar com uma rede em constante mudança, capaz de lidar com rupturas.


Lauro Lopes – Telemoveis.com

*** Este texto NÃO foi escrito de acordo com o novo Acordo Ortográfico***

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