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Crítica a The Order: 1886 para PS4. Mais video do que jogo

O mais recente título da Ready at Dawn aproxima-se mais de uma experiência cinematográfica do que de um videojogo convencional.


*Artigo publicado também no iOnline

The Order: 1886 não será certamente um nome desconhecido para quem tem vindo a acompanhar os lançamentos mais recentes da Playstation 4. Anunciado ainda em 2013, este jogo de acção/aventura chegou ao mercado em Fevereiro deste ano pela mão do mesmo estúdio responsável por títulos como God of War ou Daxter.

A acção do jogo decorre numa Londres vitoriana e permite aos jogadores acompanhar a história de Sir Galahad, membro de uma ordem que se dedica a combater um bando de criaturas inspiradas na figura do lobisomem, os half-breeds. Os confrontos entre Galahad e estas criaturas, contudo, é relativamente esporádico face ao que a história inicialmente faria prever.


Definir The Order: 1886

A aceitação e o sucesso de The Order: 1886 poderão estar dependentes da perspectiva com que os utilizadores da Playstation 4 vêem o título da Ready at Dawn. É que, apesar do seu grafismo impressionante e detalhado, a  sua mecânica pouco convencional funciona como um divisor de águas.

Enquanto que do ponto de vista de um jogador que aguarda por acção The Order: 1886 se revela uma experiência limitada, do ponto de vista de quem anseia por uma experiência cinematográfica o título parece reunir um consenso favorável – consenso esse que destaca sobretudo os gráficos impressionantes do jogo, bem como o elevado nível de detalhe dos seus cenários e personagens.

A questão é que todos estes aspectos são apenas superficiais, especialmente se tivermos em conta que o envolvimento na própria experiência de jogo é fortemente limitado para os jogadores mais convencionais. Por outras palavras, The Order: 1886 tornou-se numa experiência tão cinematográfica que acabou a colocar em questão a sua própria definição de videojogo.


 

Aqui o jogador investe mais tempo a assistir a sequências cinematográficas do que propriamente a participar na acção. E quando participa essa experiência encontra-se fortemente condicionada por sequências de Quicktime Events, que ao invés de implicarem o controlo da personagem principal exigem apenas que o utilizador pressione o botão certo à hora certa. de forma a poder desbloquear as sequências de eventos necessárias à sua progressão no jogo.

Tudo o resto é imposto sem permitir desvios muito significativos durante o desenvolvimento da história.

Existem excepções à regra, onde The Order: 1886 assume as honras de um shooter na 3ª pessoa, mas estas ocasiões estão longe de serem representativas do jogo.

Assim sendo, e havendo maior destaque à sua experiência cinematográfica do que à sua jogabilidade, faz sentido que o título não tenha sido bem recebido por jogadores que ansiavam por uma experiência mais interactiva, com maior proximidade e envolvimento naquele universo.


Crítica a The Order: 1886 para PS4. Mais vídeo do que jogo


Entretenimento cinematográfico

 

É um facto que nem todos os detentores de uma Playstation 4 exigem experiências de jogo convencionais, e o sucesso de títulos como Heavy Rain (lançado na PS3) parece indicar haver um nicho que procura por um envolvimento mais distanciado dos seus jogos. Tendo em conta este tipo de utilizadores, The Order: 1886 poderá revelar-se uma experiência cativante.

Ao todo a experiência oferece uma duração média de 8 horas (embora estejam disponíveis vídeos que afirmam ser possível passar o jogo em 5 horas).


Crítica a The Order: 1886 para PS4. Mais vídeo do que jogo


 

Crítica a The Order: 1886 para PS4. Mais vídeo do que jogo

Aspectos Positivos

• Gráficos fantásticos
• Ambiência soberba
• Universo imersivo
 
Aspectos negativos
• Excesso de quick time events
• Jogabilidade muito limitada
• Reduzido controlo da experiência por parte do jogador