Crítica. Nokia Lumia 930
Disponível no mercado português desde Julho, o Nokia Lumia 930 começou a ser comercializado por 599,90 euros livre de operador
O Nokia Lumia 930 será, num futuro já não tão distante quanto isso, um artefacto da marca Nokia enquanto fabricante de telemóveis. A Microsoft irá dar a cara pela divisão de telemóveis que adquiriu à empresa finlandesa, e foi sob a tutela da gigante norte-americana que o Nokia Lumia 930 chegou ao mercado internacional.
Primeiro, um breve olhar para as suas principais características técnicas:
• LTE (4G)
• Ecrã Full HD de 5 polegadas (AMOLED, 1080 x 1920)
• 441 ppi (densidade de píxeis)
• 32 GB de espaço de armazenamento
• 2 GB de RAM
• 20 MP (lentes Carl Zeiss, autofocagem e flash dual LED)
• Processador quad-core de 2,2 GHz
• 2420 mAh
• Windows Phone 8.1
• S/ suporte para expansão de memória
A Experiência Lumia 930
Hardware e desempenho estão, definitivamente, longe de serem um problema no Nokia Lumia 930. O ecrã de 5 polegadas é grande o suficiente para podermos usufruir de uma boa experiência multimédia, ao mesmo tempo que ainda não é demasiado grande para colocar em questão o factor “portabilidade” que sempre fez parte do universo dos telemóveis. Isto significa que utilizar um Lumia 930 para navegar na internet, correr aplicações ou simplesmente tirar partido de um jogo para smartphones é uma experiência que tira real partido do tamanho do seu ecrã Full HD.
Sendo AMOLED, o ecrã do Lumia 930 não tem retroiluminação – isto é especialmente notável nos tons escuros e profundos que caracterizam este tipo de ecrãs e que no Lumia 930 são bastante evidentes. Em alguns casos, dependendo do ângulo de visão, torna-se impossível distinguir a fronteira entre o ecrã e o próprio corpo do smartphone.
Outra característica sobre o Lumia 930 é o seu peso: com 167 gramas, este é um smartphone ligeiramente pesado. Num segmento de mercado onde as óbvias preferências parecem recair em aparelhos ultra-finos e ultra-leves, esta foi definitivamente uma jogada pouco convencional – em contrapartida, e a favor deste smartphone, esta é uma característica que parece conferir alguma resistência ao telefone, especialmente quando o deixamos cair ao chão acidentalmente.
O corpo do Lumia 930 é contornado por uma moldura de metal que parece dar mais força a esta ideia de durabilidade e resistência física. É neste frame metálico que se encontram localizados os principais botões físicos do telefone, bem como a ranhura para inserir cartões SIM, auscultadores e cabo microUSB. As costas não são amovíveis, o que significa que é impossível remover ou trocar de bateria.
Um aspecto pouco favorável a um smartphone tende a ser a sua falta de capacidade de expansão de memória. Contudo, e tendo em conta que o Nokia Lumia 930 vem equipado com 32 GB de espaço de armazenamento, dificilmente um utilizador pouco adepto de ver filmes num dispositivo portátil irá preencher todo o espaço de armazenamento do smartphone.
A câmara digital do Lumia 930 é um dos seus pontos de referência. Com 20 MP e equipada com lentes Carl Zeiss, o seu desempenho é especialmente notável em condições de baixa luminosidade – uma tendência que tem sido patente nos dispositivos de gama alta que a Nokia lançou no mercado ao longo dos últimos meses.
Esta é uma funcionalidade que promete ocupar os utilizadores (que, se não tiverem cuidado, acabam por preencher mais espaço de armazenamento do que o desejado). O motivo está no facto de que o Lumia 930 regista, na verdade, duas imagens sempre que uma fotografia é tirada – uma com 5 MP de resolução, pronta para ser partilhada de imediato nas redes sociais, e outra com 16 MP de resolução, que num PC permite vsualizar muito mais detalhes. isto significa, compreensivelmente, que o Lumia 930 necessita de alguma capacidade de processamento de forma a que este aspecto não interfira com a sua experiência de utilização.
O Lumia 930 suporta carregamentos sem fios (a unidade que recebemos para testes incluiu um acessório para executar esta função). Comparativamente ao Lumia 925, que também tinha uma armação de metal, aqui só a moldura que contorna o 930 é metálica. O resto do seu corpo é à base de policarbonato.
Windows Phone 8.1
Comparativamente ao Windows Phone 8.0 (o Lumia 930 serviu de estreia ao 8.1 no mercado português), as diferenças mais facilmente notáveis estão na maior quantidade de Live Tiles suportada no ecrã principal. E claro, o WP 8.1 também introduziu a nova assistente virtual da Microsoft, mas por enquanto a Cortana é exclusivo do mercado norte-americano e não se encontra disponível para outros utilizadores.
A introdução do muito necessitado (e requisitado) Action Center também permitiu colmatar uma falha que colocava o Windows Phone muito atrás das plataformas concorrentes em termos de funcionalidades. Essencialmente permite aceder rapidamente a funcionalidades-chave do smartphone, incluindo o acesso Wi-Fi, modo de vôo e bluetooth, entre outros. É certamente uma adição bem-vinda.
Outras novidades incluem a chegada do swype ao teclado virtual do Windows Phone, e a adição de um modo de vídeo-conferência (com o Skype) acessível no menú de chamadas, à semelhança do Facetime para iOS. Quem gosta de tirar fotografias com o seu Windows Phone também vai apreciar o modo de fotografias sucessivas, que permite tirar várias fotos ficando a pressionar o botão durante mais tempo.
Conclusões
Se corresse Android, o Nokia Lumia 930 provavelmente seria um modelo bem mais mediático do que o é actualmente. Ainda assim, e sob a alçada do Windows Phone 8.1, tanto a Microsoft como a Nokia fizeram um bom trabalho em popularizar a gama de smartphones Lumia enquanto representante máximo deste sistema operativo.
O Lumia 930 situa-se claramente no segmento alto do mercado: além do seu hardware potente, que por sinal não é necessário para que o Windows Phone 8.1 apresente um bom desempenho, o Lumia 930 também apresenta um design elegante e cuidado que, associado ao seu valor comercial, o tornam num aparelho pouco acessível ao consumidor comum. Por outro lado, e a julgar pelas suas características, talvez a Microsoft pretenda mesmo comunicar com o consumidor capaz de dispender este valor por um smartphone – neste caso, contudo, existem alguns impasses a desfavorecer o Lumia 930.
O Nokia Lumia 930 está longe de ser um mau aparelho. Antes pelo contrário, tudo nele revela um cuidado que vai até ao mais pequeno pormenor. Só tem um pequeno problema – a plataforma Windows Phone, que ainda não conquistou adeptos suficientes para se tornar convincente ao consumidor convencional. O problema do Nokia Lumia 930 não é no smartphone em si, mas na percepção (ou melhor: na falta de) que o Windows Phone ainda não tem no mercado das massas. E é precisamente essa percepção que tem que ser convincente para que esta gama de aparelhos se torne mais popular e conquiste mais adeptos no futuro.
O desempenho do Nokia Lumia 930 esteve sempre a um bom nível, mas não foi incomum notarmos algum sobreaquecimento do telefone depois de algumas sessões com videojogos. A autonomia de bateria dividiu-nos bastante a opinião: em standby o Lumia 930 apresenta uma duração respeitável, mas para quem ouvir música no telemóvel durante as suas deslocações, entre outras coisas (como ligar os dados e conferir actualizações nas redes sociais, por exemplo), os 2420 mAh poderão ter que ser recarregados diariamente. A capacidade extra de processamento exigida pela câmara poderá, contudo, justificar esta drenagem de autonomia.