DGS aconselha «mãos-livres»
A recomendação é feita numa circular informativa datada de 27 de Dezembro de 2004 sobre «Sistemas de Comunicações Móveis e Efeitos na Saúde Humana», na qual a DGS aborda a preocupação das populações sobre a exposição às radiações dos telemóveis.
Os estudos epidemiológicos realizados até ao momento «não são capazes de estabelecer uma relação inequívoca entre a exposição a campos electromagnéticos (Ó) e a ocorrência de efeitos adversos na saúde humana», refere a entidade, defendendo porém que os estudos científicos nesta área «devem ser aprofundados» porque, «não estando provada a associação causal entre a exposição e o aparecimento de doenças, também não está provado o contrário».
Face à falta de provas científicas cabais sobre os efeitos das radiações na saúde humana, e como os telemóveis constituem «uma fonte de radiações importante» para o cérebro dos utilizadores por se encontrar junto à cabeça durante a chamada telefónica, a DGS recomenda uma atitude preventiva.
Crianças mais vulneráveis
No caso das crianças, a DGS faz um alerta especial aos pais para ponderarem sobre os potenciais riscos inerentes à intensa utilização dos telemóveis: «Tem sido sugerido que a absorção da radiação é superior» nas crianças porque a cabeça é mais pequena e a radiação penetra mais facilmente numa caixa craniana mais fina.
Aquela entidade faz ainda uma recomendação particular às pessoas com implantes electrónicos (pacemakers, bombas de insulina, neuroestimuladores, entre outros) para transportarem o telemóvel afastado pelo menos 15 centímetros do seu implante e utilizarem-no na orelha do lado oposto quando efectuarem uma chamada.
Capas fazem pior
Por outro lado, a DGS rejeita a utilização de sistemas de protecção anti-radiação, nomeadamente capas especiais, cuja eficácia «não foi comprovada, de forma alguma, até ao presente». Estes «dispositivos milagrosos» à venda no mercado não estão homologados por qualquer entidade oficial ou acreditada, alerta ainda a DGS. E «o que é mais grave é o facto de exercerem um efeito contrário, isto é, conduzem a um aumento da potência do telemóvel, já que constituem um barreira física à propagação das suas ondas».
Quanto às antenas instaladas pelos operadores, que também têm suscitados acesos debates e protestos das populações, a DGS esclarece que, com base nos dados científicos actuais, a radiação proveniente destes aparelhos é 20 vezes inferior à recebida dos telemóveis directamente no cérebro.
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