E-mail 40 anos: Portugal acompanha evolução mundial
Porto, 26 Out (Lusa) – Libório Silva, autor do livro “e-mail”, referiu que a expansão do correio electrónico em Portugal aconteceu ao mesmo tempo que no resto do Mundo, fundamentalmente a partir de Janeiro de 1995, quando a Telepac abriu o acesso da Internet a particulares via World Wide Web, a interface gráfica hipermédia que veio revolucionar a Internet. “Antes de 1995, só se podia entrar na Internet através do [sistema operativo] Unix. Eu era responsável pelo Informix em Portugal e participava desde o início dos anos 1990 no Grupo Português de Utilizadores de Unix [PUUG], de que faziam parte apenas 20 ou 30 empresas”, recordou. Libório Silva, que organizou em 1995 em Lisboa o primeiro congresso internacional sobre Internet em Portugal (com edições anuais até 2003), recordou que os primeiros e-mails eram escritos em linhas de comando, precedidos da palavra “send” (envio), porque o correio electrónico ainda não era gráfico. O editor da Centro Atlântico contou que, no momento em que um dos oradores do congresso de 1995 (o site ainda está disponível em http://www.centroatl.pt/internet.95/), Rui Bana e Costa, fazia uma apresentação sobre e-mail, recebeu a mensagem de entrada de um e-mail, o que causou sensação entre os 400 participantes. “Ver ao vivo uma mensagem de e-mail a chegar em tempo real foi engraçadíssimo. Para a maioria dos participantes, era a primeira vez que viam um e-mail a chegar”, disse. Outro membro do PUUG era Vítor Magalhães, que teve a “sorte” de ter estudado na faculdade (de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa) no momento em que estava a ser criado o primeiro ISP (fornecedor de acesso à Internet) português, que ajudou a construir. “A Internet, naquela fase, ainda era texto, não era gráfica. As hiperligações baseavam-se no Ghoper [protocolo de redes de computadores destronado pela World Wide Web] e não por HTML”, recordou. A característica não gráfica dos primeiros 20 anos de Internet fez do e-mail a ferramenta mais usada, ainda que por um grupo muito restrito, que em Portugal não ultrapassava as “200 e poucas pessoas” no início da década de 1990. “Portugal acabou por seguir o resto do Mundo. Não houve antecipação nem atraso na adopção do e-mail”, referiu Vítor Magalhães, actualmente dedicado em exclusivo à Byside, empresa especializada em gestão de perfis e comunicação segmentada, ligando os mundos online e offline. FZ. Lusa/Fim