Skip to main content

Entrevista Optimus 3G

O operador do grupo Sonae deu o seu contributo para percebermos melhor a sua oferta de serviços de Terceira Geração.

A última das entrevistas apresentadas sobre os operadores 3G do nosso País corresponde à Optimus. Isabel Borgas – Directora do Departamento de Relações Públicas – e Paulo Simões – Director da Unidade «GO UMTS» – tiveram a gentileza de atender o pedido do Telemoveis.com e responderam às questões que lhes foram colocadas.

Telemoveis.com: Quais os conteúdos, serviços e aplicações para os quais têm maior expectativas de mercado?

Isabel Borgas: O que, nesta altura, posso adiantar é que as nossas expectativas apontam para duas categorias de serviços que disponibilizaremos desde o momento do lançamento: Internet de Banda Larga via móvel e Videochamada. Obviamente, a nossa oferta será desenvolvida tendo em conta o nosso objectivo de massificação do UMTS e nunca descurando a nossa aposta na disponibilização de serviços relevantes e acessíveis, com os melhores terminais na melhor Rede. Paralelamente, o UMTS trará melhor ritmos de acesso aos actuais serviços e novos serviços até agora não passíveis de serem disponibilizados.

T: Já definiram uma «killer application»?

Paulo Simões: Neste momento, e tal como os restantes operadores, estamos a desenvolver o nosso portfólio de produtos e serviços 3G e a avaliar a potencialidade de diferentes serviços, aplicações, etc. Como deve imaginar, é ainda cedo para revelar mais informações.

Posso contudo adiantar que acreditamos que a massificação do 3G se começará a sentir em 2006/2007. Só se poderá começar a falar de massificação quando existirem terminais 3G suficientes e a preços acessíveis, ou seja, a cerca de 200 euros, que é o valor que, hoje em dia, a maioria dos consumidores considera aceitável. Ora, daquilo que nos é dado a conhecer sobre a disponibilização da oferta de equipamentos por parte dos fabricantes, não estimamos que tal venha a acontecer brevemente.

T: Quais as principais barreiras e factores potenciadores para uma adopção maciça desses conteúdos, serviços e aplicações?

I. B: A Optimus teve no mercado GSM um papel fulcral na massificação do serviço. Quando entrámos no mercado, existiam apenas 2 milhões de utilizadores. Hoje, e muito fruto das nossas acções, Portugal tem cerca de 8 milhões de utilizadores GSM. Prometemos repetir esta receita de sucesso no mercado UMTS e acreditamos que iremos ser o principal massificador da tecnologia UMTS. Actualmente, esta massificação ainda não é possível já que enfrenta algumas barreiras naturais de uma tecnologia em fase de desenvolvimento – necessidade de troca de telemóvel por parte do utilizador final, preços ainda um pouco elevados dos equipamentos e alguma instabilidade nas redes. Acreditamos, contudo, que, em finais de 2004, essas barreiras estejam já ultrapassadas e que, nessa altura, possamos então tirar total partido das potencialidades do UMTS – largura de banda e ritmos de acesso mais elevados.

T: Quando acham que o serviço vai estar normalizado, que fará parte do quotidiano das pessoas, ser um «mass-service»? Qual é o «target» do serviço?

I.B: A Optimus prevê lançar maciçamente o UMTS no último trimestre deste ano, quando houver uma tecnologia estável e terminais em quantidade suficiente no mercado.

T: Como tencionam diferenciar a oferta de conteúdos, serviços e aplicações?

I.B: Como deve compreender, neste momento, ainda não é oportuno divulgar essa informação.

T: Quais são as expectativas de receitas do novo serviço?

I.B: Ainda é demasiado prematuro prever as receitas do UMTS.

T: Quais são os planos de expansão da cobertura?

I.B: A Optimus tem vindo a desenvolver as suas infra-estruturas de Rede UMTS tal como previsto no plano de negócios e, há cerca de 2 anos, que tem o UMTS “no ar”. As cidades de Lisboa e Porto estão já cobertas e a tecnologia-base está instalada. Vamos alargar progressivamente a cobertura às principais áreas urbanas, o que, se geograficamente pode ser considerado pequeno, em termos de mercado representa o seu grosso – são por excelência as zonas do país com maior concentração populacional e maior utilização efectiva dos serviços.

O ritmo será imposto pelo cliente. À medida que este for evoluindo na adesão à tecnologia, a Optimus irá garantindo a excelência de serviço.

T: Acham que existe espaço para três operadoras fornecerem o serviço?

I.B: Sim, claro que sim. Para que a tecnologia se massifique, é crucial que os 3 operadores a disponibilizem aos seus clientes.

T: Quando pensam que a tecnologia da Videochamada irá atingir o ponto de maturação?

I.B: A videochamada é um serviço inovador e, tal como todos os serviços novos, precisa de um tempo para ser aceite, experimentado e, finalmente, massificado. É um serviço fascinante que traz grandes benefícios aos seus utilizadores. Finalmente, podemos falar e ver o nosso interlocutor em simultâneo e em tempo real. Acredito que a adesão vá aumentar progressivamente.

T: Tencionam baixar as tarifas à medida que o número de clientes vá aumentando, ou o serviço é definitivamente muito mais caro?

P. S: As tarifas dos serviços 3G não estão ainda definidas, dado que estamos num período promocional em que é importante permitir aos consumidores tomarem contacto e conhecerem as vantagens desta nova tecnologia. Neste período, os serviços 3G não são mais caros dos que os serviços 2G.

No futuro, a dinâmica do mercado e o valor reconhecido pelo cliente para cada um dos novos serviços 3G irá determinar o preço a que estes serão comercializados. De facto, a maioria dos serviços 3G e os benefícios destes para os consumidores não são directamente comparáveis com serviços 2G anteriores.

Estamos ainda a determinar a melhor forma de taxar os novos serviços, que seguramente será aquela que melhor satisfaz as necessidades de comunicação dos nossos Clientes.

T: Encaram o Wi-Fi como um potencial concorrente?

I.B: Não. Acreditamos que o Wi-Fi é uma tecnologia importante e que pode vir a ter alguma relevância no nosso país. É efectivamente um novo conceito que acreditamos ter algumas oportunidades, ainda que pontuais. E, na lógica do que temos defendido de prestar sempre os melhores serviços aos nossos clientes, estamos a testar o Wi-Fi, fazendo algum investimento, através da criação de hotspots em Portugal em pontos que entendemos serem relevantes. No entanto, continuamos a acreditar que a tecnologia relevante e de futuro é o UMTS.

T: Qual é a vossa previsão de % de utilizadores 3G no final de 2004 e no final de 2008?

I.B: Dada a experiência que temos no aprofundamento do GPRS, estamos com uma expectativa bastante positiva. No entanto, a tecnologia por si só não interessará muito aos clientes se não estiver suportada em serviços nos quais eles vejam utilidade.

T: Quais foram as verdadeiras razões da demora da implementação comercial do serviço? Falta de maturidade do mercado? Poucos terminais UMTS?

I.B: Acreditamos que o UMTS é uma tecnologia fundamental ao crescimento da indústria das comunicações móveis e que a Optimus será o operador responsável pela sua massificação (à semelhança do que fizemos com outros serviços de dados). Sempre afirmámos que é na conjugação simultânea de três factores fundamentais – serviços, terminais e qualidade de rede – que residia e reside o sucesso do UMTS. Contudo, somente muito recentemente estes factores começaram a ter as mínimas condições garantidas. Por isso é que só agora estamos em condições de lançar, de forma inequívoca, a tecnologia 3G, rumo ao sucesso.