Ericsson, líder tecnológico
- Pedro Figueiredo
- 17/01/2002
- Mobile, Samsung, Tecnologia
Tal como no caso da Samsung, também a LG procura entrar no mercado das telecomunicações de terceira geração, sem ter que investir demasiado no desenvolvimento de novas tecnologias. A estratégia das marcas que pedem a colaboração da Ericsson não é constituir concorrência no segmento das infra-estruturas (a companhia dirigida por Kurt Hellstroem leva significativo avanço sobre os seus hipotéticos adversários), mas sim tomar conhecimento real e profundo de como funciona o sistema UMTS e entrar com os melhores produtos no mercado dos telefones celulares.
Na verdade, esta movimentação das marcas de pouca expressão (convenhamos que a LG, por exemplo, só tem a ganhar com este tipo de investimento) é uma estratégia altamente conveniente e propositada, senão vejamos: apenas no Japão existe uma rede 3G em funcionamento, embora parcialmente (em três cidades). O sistema UMTS vai arrancar este ano na Europa, e não se vê qualquer movimentação dos fabricantes tradicionais europeus para apresentar os seus modelos de terceira geração.
As únicas marcas que se mostram verdadeiramente apostadas em fabricar modelos UMTS, para já, são a NEC e a Panasonic. Aliás, não foi à toa que a britânica Hutchinson 3G, quase um ano antes de ter a sua rede disponível, assinou um contrato de fornecimento de aparelhos com a NEC para um milhão de exemplares. Ou seja, uma prova bem concreta de que os fabricantes europeus estão a ser claramente ultrapassados.
Assim, é clara como a água a estratégia dos fabricantes que agora se movimentam. E razão tem o presidente executivo da Ericsson quando considera o UMTS como um novo ponto de partida para as telecomunicações móveis mundiais. Até que ponto, quem domina hoje o mercado, pode ou não ser facilmente ultrapassado na tecnologia de amanhã?