Estará a Microsoft demasiado focada em software?

Uma esmagadora maioria das ofertas de emprego na Microsoft está relacionada com o desenvolvimento de software, o que contraria a intenção de Steve Ballmer em seguir uma estratégia mais direccionada para hardware.

Foi o director-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, quem referiu a sua intenção de transformar a gigante norte-americana numa empresa direccionada para dispositivos e serviços, mas será que estará realmente empenhado em atingir esta meta? Segundo um estudo realizado pela Griffin Securities, talvez não – na verdade, um dos indicadores de que a Microsoft ainda está concentrada no desenvolvimento de software poderá estar relacionado com as recentes aberturas de mais de 2000 vagas de trabalho.

A análise concentrou-se nas várias ofertas de emprego que a gigante norte-americana oferece, e os resultados levaram a concluir que a Microsoft ainda está muito focada no desenvolvimento de software: cerca de 1620 ofertas eram para engenharia de software, ao passo que apenas 199 seriam para posições relacionadas com hardware. Cerca de 35 destas últimas posições seriam para a unidade de desenvolvimento da Xbox, ao passo que 28 seriam focadas no desenvolvimento dos tablets Surface da empresa.

Estará a Microsoft demasiado focada em software?

O estudo parece ainda ter levado a algumas conclusões interessantes. Por exemplo, uma pesquisa por ‘streaming video’ combinado com ‘xbox’ fez referência a aproximadamente 50 ofertas, o que poderia ser um sinal indicador de que a Microsoft poderia estar a considerar trazer estas funcionalidades à sua consola. Por sua vez, os rumores sobre um smartphone da Microsoft poderão ser apenas isso: rumores. É que uma pesquisa realizada a 103 ofertas de emprego da gigante norte-americana que mencionavam ‘Windows Phone’ não revelou qualquer procura por engenheiros de harware – na verdade, 91 dessas ofertas estavam todas relacionadas com software.

Mas parece realmente haver uma tendência da Microsoft para a área dos serviços – um factor indicativo disso é a divisão de Serviços Online da Microsoft, para a qual estariam direccionadas a esmagadora maioria das ofertas de emprego (620) comparativamente às divisões do Office (308) ou Windows (246).

Que conclusões é que podemos realmente tirar com estes dados? É cedo para dizer, mas enquanto que é possível que estes dados possam realmente revelar uma direcção estratégica para a empresa, também correm o risco de ser apenas um reflexto do actual mercado laboral.