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Facebook e Twitter sob observação

Governos de todo o mundo prestam agora mais atenção a redes sociais como Facebook e Twitter.

Agências de Inteligência por todo o mundo dedicam, actualmente, mais tempo a analisar redes sociais como Facebook e Twitter, depois destas terem sido o centro de revoluções surpresa em países como o Egipto e a Tunísia.

No Reino Unido, vários oficiais dessas agências revelaram que os actuais eventos ilustram como uma forma de inteligência open source pode ser utilizada como um barómetro de opiniões. Por esses motivos, os Governos prestam agora mais atenção à informação disponível em redes sociais.

Quando vemos o que está a acontecer, enquanto falamos, no Egipto, graças ao uso da Internet, do Twitter, o desenvolvimento dos movimentos de protesto, deparamo-nos com um mundo diferente, referiu Gus O’Donnel, director dos Serviços Civis britânicos desde 2005. Precisamos de estar mais relacionados com esse mundo, referindo ainda as mudanças profundas que a Web trouxe à forma de protesto desses movimentos. Vários indivíduos podem agora juntar-se de formas que, no passado, eram mais difíceis, acrescentou.

A influência das redes sociais nas revoluções do Egipto e da Tunísia foram tão profundas que o governo egípcio cortou o acesso à Internet, uma manobra que motivou a Google a recorrer à tecnologia recentemente adquirida, SayNow, para permitir acesso ao Twitter através do voicemail de telemóveis comuns.

As redes sociais, no entanto, não foram responsáveis pelos eventos, apenas pela velocidade de comunicação que permitiu acelerar o seu desenvolvimento.

Segurança ou invasão de privacidade?

A monitorização das redes sociais levanta algumas questões, incluindo se é rentável para os próprios governos dedicarem recursos à chamada inteligência open source, além da questão da utilização do Facebook para seguir pessoas e grupos – o que já levou outros indivíduos à prisão, em países como o Sudão.

Por outro lado, monitorizar redes sociais pode ajudar na recolha de dados sobre o estado de uma nação, além de permitir detectar precocemente sinais de turbulência pública, fazendo com que governos e forças de segurança actuem com maior eficácia. Como alternativa, os governos podem igualmente começar a utilizar redes sociais para alcançar as populações mais jovens e passar a sua própria perspectiva num formato mais acessível às novas gerações.

Mais uma vez, a linha ténue entre protecção e invasão dos direitos de privacidade mantém-se polémica. É impossível, porém, negar o impacto que as redes sociais têm na sociedade, especialmente quando estão a contribuir para moldar uma nova vertente política em alguns países do mundo.