Fusão em marcha-atrás

A EDP achou a proposta da Sonae.com decepcionante e recusou-a. A fusão com a Oni engatou a marcha-atrás.

Quando tudo parecia estar bem encaminhado para se assistir a um momento marcante na curta história das telecomunicações privadas nacionais, eis que um “pequeno grão de areia” na engrenagem fez parar a máquina que se preparava para arrancar a todo o vapor. Mas as reticências da EDP no capítulo “quem manda em quem” deixou a questão em águas de bacalhau, o que não agradou a Belmiro de Azevedo, que não queria perder mais tempo com negociações.

O problema é que a proposta da Sonae.com referia-se a uma fusão com a Oni a partir das empresas participadas operacionais, isto é, pela base hierárquica das holdings, precisamente o inverso daquilo que a EDP tinha idealizado: fusão dos accionistas numa só holding , a qual poderia ser a Sonae.com que já está no mercado. Só que, para isso, Belmiro de Azevedo teria que abrir o seu negócio aos accionistas da eléctrica, casos como BCP, Galp e Brisa.

Como dar a volta a este labirinto, quando o tempo corre contra os interessados? Na verdade, alguém terá de ceder neste caso, porque uma terceira solução só poderia ser o arranque de um operador de raiz. O mais curioso é que as duas partes concordam no ponto mais importante para que tudo corra às mil maravilhas: é necessário e urgente consolidar os negócios nas telecomunicações e a fusão Sonae.com/Oni é a melhor solução.

O mercado está atento e, do alto dos seus 90 por cento de quota de mercado na rede fixa, está a PT, expectante sobre que desfecho poderá ter este negócio que, a seguir em frente, poderá ser um marco histórico nas telecomunicações nacionais.