Fusão entre Vodafone e AirTouch, CMVM Analisa Dispensa de OPA Sobre Telecel

As megafusões internacionais voltam a atingir empresas portuguesas. Depois da Caima Cerâmica e do Banco Comercial Português, é a agora a vez da Telecel, já que o seu principal accionista (com 51 por cento), a AirTouch, avançou para a fusão com a britânica Vodafone, cujos contornos definitivos foram ontem anunciados. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) já está a analisar a operação, de forma a apurar uma eventual obrigatoriedade de lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o remanescente do capital da Telecel disperso em bolsa. “A primeira leitura dos factos [só hoje será emitido um comunicado explicativo] parece libertar a Vodafone AirTouch desta obrigação, pois, ao que tudo indica, a empresa inglesa não ultrapassará os 50 por cento do capital do novo grupo”, adiantou um responsável contactado pelo PÚBLICO. (…) Depois da fusão, dependente da aprovação pelos accionistas, a Vodafone AirTouch torna-se líder mundial no negócio dos móveis, com uma capitalização bolsista de 110 mil milhões de dólares (cerca de 18,7 mil milhões de contos) e mais de 23 milhões de clientes. (…) Quanto às repercussões para a Telecel, ainda é cedo para conclusões, já que “as inúmeras participadas das duas empresas não foram um factor decisivo para a fusão”, frisou uma fonte do mercado. Mas, na sua opinião, não deixa de ser interessante a Telecel integrar o líder mundial do sector. Por Sílvia De Oliveira Terça-feira, 19 de Janeiro de 1999