Gadgets para casa inteligente que estão em alta em Portugal
- Jeniffer Elaina
- 20/10/2025
- Apps, Ferramentas
Em Portugal, a casa inteligente já não é só uma promessa futurista — está a tornar-se realidade para cada vez mais famílias. Com o aumento dos custos de energia, preocupações ambientais e uma maior exigência de conforto e segurança, as tecnologias domésticas conectadas têm ganho terreno no dia-a-dia. O objetivo deste artigo é mostrar quais os gadgets com mais destaque atualmente no mercado português, analisando funcionalidade, acessibilidade e impacto real no lar.
Panorama e crescimento do mercado
De acordo com dados da Statista, o mercado de Smart Home em Portugal deverá atingir cerca de €250,1 milhões em 2025, crescendo a uma taxa anual composta (CAGR) de 11,16% entre 2025 e 2028, chegando a cerca de €343,5 milhões em 2028. Além disso, estima-se que a taxa de penetração (casas com pelo menos um dispositivo inteligente) suba de cerca de 17,9% em 2025 para 34,2% em 2028.
Outro dado interessante: segundo investigação da plataforma Fixando no período de janeiro a setembro de 2022, a procura por soluções de domótica e automação residencial cresceu 116% em Portugal. Mais de metade dos pedidos (52%) eram para novas instalações, o que mostra que é um mercado em expansão e não apenas de upgrades a residências já existentes.
Apesar desse crescimento forte, as casas totalmente integradas como “smart homes” continuam raras. Um artigo da Idealista News afirma que menos de 1% do parque habitacional português possui automação abrangente. Assim, há muito espaço para evolução — tanto para fabricantes quanto para consumidores.
O que motiva essa procura: prioridades na escolha dos gadgets
Pelo que se apura nas fontes, há três grandes fatores que levam os portugueses a investir em gadgets para casa inteligente:
- Economia nas contas de energia: a automação permite controlar luzes, estores, aquecimento ou ar condicionado de forma mais eficiente. Alguns entrevistados afirmam que é possível reduzir o consumo energético em cerca de 30% com soluções bem planeadas.
- Segurança e monitorização à distância: câmaras, sensores, fechaduras digitais e alertas automáticos são cada vez mais valorizados.
- Conforto e conveniência: comando por voz, controlo via app, integração de sistemas (iluminação, climatização, entretenimento) — tudo isso ajuda a simplificar o quotidiano.
Principais gadgets em destaque em Portugal
Com base nas tendências atuais e no que as pessoas têm pedido, eis os gadgets que mais sobressaem:
Assistentes Virtuais
Assistentes como Alexa, Google Assistant e Siri continuam a liderar como portal de entrada para a casa inteligente. Permitem controlar outros dispositivos por voz, integrar rotinas, ligar ou desligar luzes sem tocar em interruptores — uma grande ajuda sobretudo em espaços de convivência. A adoção destes gadgets tende a subir à medida que mais dispositivos compatíveis chegam ao mercado português.
Câmaras e vigilância inteligente
Câmaras com detecção de movimento, alertas em tempo real, visão noturna e até integração com alarmes ou fechos inteligentes estão entre os gadgets mais pedidos. Para pessoas que viajam ou que têm residências em zonas mais remotas, o poder ver e agir à distância (pelo telemóvel) é um dos maiores atrativos.
Sensores, automação de estores e controlo de iluminação
Os sensores de movimento, de abertura (portas/janelas) e de luminosidade, os estores automáticos, e lâmpadas LED inteligentes são soluções de automação relativamente simples, mas de grande impacto. São frequentemente os primeiros passos para quem quer começar a “domotizar” a casa: permitem ganhos de conforto (menos de estar a mexer manualmente), de segurança (ativação automática de luzes) e de eficiência energética (regulação de luz natural).
Termóstatos inteligentes
Controlar a climatização de forma automática, adaptando-se ao comportamento dos moradores ou às condições exteriores, é algo que tem seduzido. Um termóstato que aprende (aprendizagem de rotinas e padrões) pode evitar desperdícios de energia, calor ou frio excessivo, mantendo a casa confortável.
Fechaduras e controlo de acesso
A possibilidade de abrir ou trancar portas à distância, usar códigos, chaves digitais ou integração com apps acrescenta não só segurança como também comodidade – imaginar não transportar chaves ou poder dar acesso temporário a alguém de fora.
Eletrodomésticos conectados e dispositivos de monitorização de consumo
Frigoríficos inteligentes, máquinas de lavar com controlo remoto, aspiradores robotizados, e dispositivos como “smart plugs” ou medidores de energia ajudam a monitorizar o consumo. Estes gadgets permitem ao utilizador ver onde se está a gastar mais eletricidade, e atuar para poupar.
Barreiras e desafios ainda presentes
Embora haja muito interesse e várias soluções, nem tudo é fácil ou imediato:
- Custo inicial e percepção de luxo: como indicado, para muitos portugueses domótica ainda soa a algo caro, reservado a quem tem orçamento mais folgado.
- Complexidade e falta de informação: muitos consumidores não conhecem bem o potencial completo da automação; há mitos e ideias erradas — por exemplo, que é só luzes ou que é muito difícil configurar.
- Integração e interoperabilidade: dispositivos de diferentes marcas nem sempre “comunicam bem” ou exigem hubs/gateways complicados.
- Infraestrutura de suporte: instalação, manutenção, assistência técnica são áreas que ainda precisam de amadurecer em Portugal.
Tendências para os próximos anos
O que vemos no horizonte:
- Expansão da penetração: como referido, a previsão é que o número de lares com pelo menos um dispositivo inteligente suba consideravelmente até 2028. (es.statista.com)
- Aceleração nos dispositivos voltados para eficiência energética: medidores de energia, sensores, automação de estores e iluminação ligada ao uso da luz natural serão cada vez mais valorizados principalmente por causa dos preços da energia.
- Maior procura por segurança integrada: câmaras + sensores + fechaduras + alarmes integrados em apps com notificações imediatas.
- Interfaces mais simples, comandos por voz e integração de plataformas: quanto mais fácil for usar, configurar e controlar, mais será adotado.
- Domótica como diferencial em imóveis novos: promotoras imobiliárias já começam a incorporar soluções inteligentes como argumento de venda, sobretudo em zonas urbanas de Lisboa, Porto, Algarve.
A Casa do Futuro
Imaginem uma manhã em que o alarme toca, a casa já ajustou a temperatura ideal enquanto os estores se abrem automaticamente para deixar entrar a luz suave, a cafeteira prepara-se sozinha, e uma voz suave vos sugere o trajeto mais rápido para o trabalho com base no trânsito. Não é ficção científica — é a casa do futuro, hoje.
Portugal está no limiar dessa mudança: o crescimento de gadgets domésticos inteligentes indica uma nova forma de viver, em que conforto, segurança e eficiência energética não são luxos, mas parte do quotidiano. Sejam câmaras vigilantes, sensores que “sentem” o ambiente, fechaduras digitais, assistentes por voz ou eletrodomésticos que se integram ao ecossistema doméstico — cada peça contribui para uma experiência mais harmoniosa.
Para quem pensa em dar o primeiro passo: comece pequeno, escolha gadgets que realmente façam diferença no dia-a-dia, e opte por sistemas compatíveis. À medida que a infraestrutura, os preços e a oferta evoluem, veremos cada vez mais casas portuguesas a respirar o futuro — com serenidade, eficiência e inteligência. Afinal, a casa inteligente já chegou, e será cada vez mais parte do presente de muitos.
Imagem de Pixabay por Pexels