Irá haver uma fusão entre a Optimus e a ZON? Provavelmente, até porque a ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações – já aprovou a operação entre as duas empresas, mas não sem deixar algumas recomendações a serem consideradas, segundo o Público, para evitar ‘distorções no mercado‘.
E qual será o impacto de uma fusão entre a Optimus e a ZON? ‘A junção de operações das duas companhias dará origem à segunda maior empresa do sector das telecomunicações‘ em Portugal, numa prática contra a qual a Portugal Telecom, a Vodafone e a Cabovisão se manifestaram ‘como contra-interessadas (activos de voz fixa e móvel, Internet e televisão)‘ junto da Autoridade da Concorrência.

‘Ao contrário do que frequentemente tem sido dito, não estamos perante um mero passeio no parque em termos de concorrência‘, segundo Ricardo Bordalo Junqueiro, da VVA & Asssociados (que transmite as opiniões e representa a PT na Autoridade da Concorrência). ‘Estão em causa dois importantes players do sector das comunicações electrónicas cuja fusão poderá afectar a dinâmica concorrêncial do mercado‘. Já Mário Vaz, director-executivo da Vodafone, manifesta reservas nesta fusão por considerar haver a possibilidade de um ‘agravamento da situação de duopólio no fixo‘. A opinião destas duas entidades não parece ser necessariamente partilhada pela ANACOM, já que anteriormente se mostrava favorável a esta fusão por considerar que pode ‘restabelecer o equilíbrio das forças no mercado das telecomunicações‘, de acordo com as declarações de Fátima Barros, presidente da ANACOM, pronunciadas em Janeiro deste ano.
Quanto às recomendações da ANACOM em relação a esta fusão, centram-se essencialmente no mercado das telecomunicações, da qual é a entidade reguladora, sugerindo medidas que se mantenham equilibradas perante a concorrência. Anteriormente já terão sido levantadas questões em relação ao imacto de uma fusão Optimus-ZON no segmento da televisão em Portugal, mas a Entidade Reguladora para a Comunicação Social considerou que a posição da Optimus neste mercado não é relevante, não tendo imposto reservas. Mas ‘as dúvidas versaram [também] sobre os conteúdos: distribuição e exibição cinematográfica, venda de DVD, canais de informação‘, afirma o Público.