Eu sei no que o leitor está a pensar neste momento. O que irão inventar a seguir? A verdade é que o formato do Tinder, ainda que seja muito criticado, é um sucesso. O que explica o porquê de outras aplicações o quererem explorar noutras abordagens.
A Hellotel talvez seja um exemplo de uma abordagem semelhante, mas mais localizada.
Neste caso a aplicação foi concebida para pensar em utilizadores que viajem sozinhos e que pretendam socializar com outros hóspedes localizados no mesmo hotel ou pensão.
Imagine o seguinte cenário: dois hóspetes no mesmo hotel que utilizem a Hellotel têm, assim, uma oportunidade de se conhecerem e socializarem.
Para tal o utilizador só tem que fazer check-in no hotel, criar o seu próprio perfil e especificar o motivo da sua estadia. E sim, também me parece um processo demasiado complicado para o que à partida será apenas uma situação pontual.
Existe depois um feed de conteúdos a que pode aceder, visível também aos outros utilizadores da aplicação. De facto, os convidados podem comunicar entre si comentando fotografias e postagens de outros convidados.
Este é um conceito que, a meu ver, e embora seja interessante na teoria, aparenta não ser tão fácil de implementar quanto isso. Imagino que a estadia num hotel, mesmo que seja por vários dias, seja caracterizada por uma permanência relativamente curta e limitada – e isto significa que não haverão muitas oportunidades para gerar interacções significativas entre os utilizadores da aplicação.
As que houverem, se houverem, muito provavelmente não terão tempo de amadurecer para serem mais do que superficiais. E claro, também iria depender do número de utilizadores da aplicação que partilhassem o mesmo hotel. Estas probabilidades são algo reduzidas se tivermos em conta que, pelo menos por enquanto, a Hellotel ainda não adquiriu a popularidade da sua principal concorrente, a Tinder.
Mas posso estar redondamente enganado, e quem sabe se no futuro este não se torne mesmo no standard oficial para travarmos conhecimento com outras pessoas enquanto estivermos em viagem. Este formato tornar-se-ia mais popular se a empresa responsável conseguisse obter parcerias significativas com cadeias de hotéis. E quem sabe até permitisse alavancar a sua base de utilizadores.