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HTC Vive vs Oculus Rift: qual o melhor equipamento de realidade virtual?

A resposta depende das experiências imersivas que procura e da quantidade de dinheiro que está disposto a investir em óculos de realidade virtual. O Oculus Rift e o HTC Vive são excelentes exemplos de equipamentos de realidade virtual, mas trilham por caminhos distintos. É difícil definir com 100% de precisão a diferença entre um e […]

A resposta depende das experiências imersivas que procura e da quantidade de dinheiro que está disposto a investir em óculos de realidade virtual.

O Oculus Rift e o HTC Vive são excelentes exemplos de equipamentos de realidade virtual, mas trilham por caminhos distintos. É difícil definir com 100% de precisão a diferença entre um e outro, pois em alguns aspectos são muito semelhantes, mas nós diríamos que a diferença mais visível está nas experiências proporcionadas por cada um.

Enquanto o HTC Vive permite mobilidade física, o Oculus Rift assenta (muito literalmente) a experiência numa cadeira, tornando-a mais convencional e menos memorável. Ambos requerem computadores poderosos para funcionarem correctamente, com requerimentos técnicos muito próximos.

Os dois dispositivos são muito próximos em certos detalhes. Ambos têm dois ecãs Full HD OLED, cada um com 1080 x 1200 píxeis de resolução. Quando combinados, oferecem uma resolução total de 2160 x 1200 píxeis. Ambos oferecem um rácio de actualização de 90Hz e 110º de campo de visão. Visualmente estão os dois muito próximos, com ambos a exigirem PCs com especificações técnicas muito semelhantes para correrem sem problemas. Em alguns casos, os utilizadores poderão sentir náuseas após uma utilização prolongada de ambos os dispositivos.

Em termos de áudio, contudo, o Oculus Rift excede-se – a qualidade de som é boa e, igualmente importante, é muito confortável de se usar. Apesar de estarem embutidos, é possível remover e usar auscultadores próprios. No caso do HTC Vive, os auscultadores são in-ear e conectam-se ao headset através de uma entrada de 3,5 milímetros. Apesar de proporcionarem uma experiência de som bastante razável, saltam dos ouvidos com demasiada frequência. Também podemos optar por utilizar os nossos próprios auscultadores, mas se escolhermos auscultadores on-ear, próprios para videojogos, arriscamo-nos a exercer demasiado esforço sobre o pescoço e a sentirmos necessidade de parar ao fim de alguns minutos de jogo.

As Diferenças

Configurar o Oculus Rift é muito diferente – e mais simples – do que configurar o HTC Vive. O primeiro requer a ligação do headset, do sensor e do controlador Xbox para ficar pronto a correr, numa operação que não tende a levar mais do que 10 minutos. O HTC Vive é bem mais exigente, a começar pelo espaço físico necessário (a HTC aconselha uma área de 2×1.5 metros). Isto deve-se aos dois sensores que acompanham o headset, que devem ser afixados separadamente em cantos opostos da mesma sala; adicionalmente, estes sensores requerem as suas próprias fontes de energia e trazem suportes de montagem para ficarem fixados. 

Depois há o headset propriamente dito, que consome energia através de uma caixa que se conecta ao PC. O processo de instalação é claramente mais demorado e complexo do que com o Oculus Rift. Adicionalmente, coloca-se o problema de haver demasiados cabos emaranhados nas redondezas, o que interfere directamente com a experiência de realidade virtual do equipamento. O Oculus Rift definitivamente ganha a medalha de mérito pela simplicidade que proporciona face ao HTC Vive.

O HTC Vive oferece uma experiência mais livre e memorável, mas é muito mais exigente de se configurar. O Oculus Rift é mais fácil, rápido e simples, mas oferece uma experiência mais convencional que o seu concorrente. Por sua vez, a maior vantagem do HTC Vive é também a sua maior condicionante, já que o espaço necessário para tirar total proveito da experiência não está facilmente ao alcance de todos.

Um dos pontos altos no HTC Vive são os seus controladores. Os comandos parecem algo bizarros numa primeira impressão, mas depressa se revelam intuitivos e apropriados para o meio VR. Há dois controladores – um para cada mão – que são visíveis na realidade virtual (como dois comandos flutuantes). Os botões estão ao alcance do dedo indicador, o que é particularmente interessante para shooters. A traseira do controlador também contém um botão, que é pressionado quando fechamos o pulso – útil, por exemplo, na hora de agarrar objectos. O touch pad do Steam Controller também funciona bem com o Vive e permite-nos navegar por entre menus, além de serem reajustáveis consoante a aplicação que estiver a correr (por exemplo: num jogo tipo shooter, permite-nos navegar por entre um diverso arsenal de armas e escolher aquela que mais nos convém). O lado menos positivo é que os mais entusiastas estarão limitados a uma autonomia de 4 a 5 horas de utilização.

O controlador Xbox do Oculus Rift é mais convencional e não foi desenhado a pensar em realidade virtual. A experiência é por isso mais contida (jogamos sentados) e menos memorável, mas consegue proporcionar horas de entretenimento. No entanto tudo isto será diferente com os novos controladores para Oculus Rift, pensados especificamentes para interacções em VR.

O design pode parecer um detalhe superficial e até irrelevante, mas vai muito além da estética para entrar no campo da funcionalidade. Desta perspectiva, o Oculus Rift é certamente o mais elegante das duas propostas que analisamos aqui. Além de ser o mais leve dos dois, é o mais elegante e o que mais se limita ao apenas essencial. Tem apenas um controlador, que permite ajustar o espaçamento das lentes. As fitas do headset são finas e leves, contribuindo para a sensação geral de leveza proporcionada por este equipamento. Os auscultadores são embutidos, tendo sido concebidos especificamente para tirar peso ao produto final. ‘Leveza’ é certamente uma das palavras-chave para descrever os Oculus Rift.

Tudo isto para nos focarmos no pedregulho que o HTC Vive é em comparação. As lentes são mais espessas e revestidas, inclui uma câmara frontal, botão e permite reajustar as lentes. As fitas de velcro são ajustáveis a cabeças de diferentes tamanhos e oferecem muita liberdade de movimentos. O seu peso (555g – sem auscultadores), embora não seja muito superior ao do Oculus Rift (470g – auscultadores já incluídos), esforça demasiado o pescoço, o que ao fim de algumas horas de entretenimento nos obriga a parar para descansar. É difícil bater o Oculus Rift quando o assunto é conforto e leveza. 
Se compararmos o catálogo de jogos de ambos, bem como o software, já entramos numa área mais cinzenta e subjectiva. Se o que procura na realidade virtual é uma experiência memorável, o catálogo de entretenimento do HTC Vive cria uma primeira impressão mais forte, mas em contrapartida perde o sentimento de novidade muito depressa. Os jogos no Rift, embora mais convencionais, são também mais envolventes e proporcionam horas de bom velho entretenimento (com um twist imersivo devido à perspectiva 360º).
A conclusão definitiva é que em ambos os dispositivos encontramos um catálogo interessante, divertido e capaz de proporcionar entretenimento. A diferença está precisamente no tipo de experiências que ambos se esforçam por oferecer. Quando tudo funciona em harmonia no Vive, tudo é perfeito e memorável; mas o Oculus Rift é talvez mais apelativo para quem procura na realidade virtual apenas mais uma experiência de jogo.

Considerações Finais

O HTC Vive é mais caro que o Oculus Rift. Apesar disso, embora mais convencional, o catálogo do Rift parece proporcionar mais horas de entretenimento do que o Vive. Mas os controladores do Vive são definitivamente superiores e mais apropriados para o ambiente VR. O HTC Vive também inclui uma câmara frontal que permite ver o que se passa no mundo real. Por outro lado, o Rift tem um sensor que reconhece quando o headset já não está na cabeça do utilizador, pausando o jogo automaticamente.

As conclusões definitivas: se tivermos o espaço para dedicar ao HTC Vive, então as experiências serão mais memoráveis, ainda que mais curtas que no Oculus Rift. No entanto é menos confortável de se usar, e se o ideal de realidade virtual passar por estar sentado a jogar, então o Oculus Rift talvez seja o mais indicado.