Hutchison vende filial

A Hutchison vai vender 25% da filial Hutchison Internacional.

A companhia de telecomunicações, propriedade do magnata Li Ka-Shing, anunciou que vai colocar no mercado 1.155 milhões de acções, correspondentes a 25% da Hutchison Telecomunicações Internacionais (HTIL) com um preço indicativo entre os 66 e os 76 cêntimos.

O preço, que se destina apenas a clientes institucionais e exclui as percentagens de corretagem, aponta para um valor da companhia que varia entre os 3,8 mil milhões e os 4,4 mil milhões de dólares americanos. Os investidores institucionais terão direito a 90% do total de acções colocadas na oferta pública.

O preço final das acções será fixado a 7 de Outubro, antes da divulgação dos resultados da oferta, pela entidade reguladora do mercado de Hong Kong, em sessão marcada para 15 de Outubro.

Os certificados emitidos por um banco norte-americano representando as acções da HTIL, o ADR (American Depositary Receipts), serão oferecidos a um preço entre 12,67 e 14,67 dólares.

A Hutchison, que investiu cerca de 2,1 mil milhões de euros na HTIL com fundos do accionista, continuará a deter a maioria do capital social da empresa com 75% das acções.

A Hutchison juntou os seus activos dos negócios dos telefones de segunda geração espalhados por sete países bem como o negócio da terceira geração em Hong Kong, deixando para a sua participada HTIL o negócio dos telefones fixos. A empresa também anunciou hoje que o seu antigo parceiro nos negócios dos telefones móveis de terceira geração, a japonesa NTT DoCoMo, vai adquirir entre 3,29% a 3,81% da HTIL.

Analistas económicos referem que a operação pública de venda de 25% do capital da HTIL vai permitir à empresa angariar receitas destinadas a cobrir os prejuízos do negócio dos telefones de terceira geração. Durante o primeiro semestre deste ano, a Hutchison Whampoa mais que duplicou o lucro face a igual período de 2003 para 1.250 milhões de euros, ou seja, mais 106% do que no mesmo período de 2003. O resultado saiu em linha com as previsões dos analistas, que estimavam um lucro entre 1.170 e 1.290 milhões de euros. Os números da empresa são positivos apesar da Hutchison registar cerca de 892 milhões de euros de prejuízo com o negócio dos telefones móveis de terceira geração.