A Intel, aposta no desenvolvimento de chips mais rápidos para tentar reanimar um sector onde se atravessa uma quebra de vendas de computadores pessoais (PC) pela primeira vez em quinze anos. “A Intel vai continuar a investir no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para poder oferecer os microprocessadores mais rápidos”, confirmou um quadro da Intel, Paul Otellini, durante um fórum que está a decorrer em Silicon Valley. “Se bem que a concentração na velocidade pura seja importante, isso não será suficiente para provocar os níveis de crescimento e de inovação necessários para que o nosso sector prospere”, acrescentou. A Intel estima que existam actualmente 250 milhões de chips em circulação em todo o mundo com uma velocidade de relógio média de 400 megahertz (MHz). O número é colocado em paralelo com os computadores pessoais vendidos actualmente pelos construtores, e que são geralmente equipados com chips pelo menos duas ou três vezes mais rápidos. Com efeito, os primeiros computadores equipados com o novo processador Pentium 4 da Intel a 2 gigahertz, que os torna, por enquanto, nos mais rápidos neste segmento de mercado, deverão ser vendidos nas próximas semanas. As exigências do novo sistema de exploração da Microsoft, o Windows XP, que será comercializado a partir de 25 de Outubro, vão encorajar os utilizadores a comprarem computadores mais rápidos e potentes, prevê Otellini. Uma previsão que não é forçosamente partilhada por todos os intervenientes do sector, já que os consumidores se mostram cada vez mais reticentes em se lançarem na corrida à velocidade, considerando que o material com que estão equipados é largamente suficiente para as suas necessidades. E as empresas também hesitam em renovar os respectivos parques informáticos numa altura claramente de “vacas magras”. Paul Otellini conta assim com a guerra de preços lançada pela Intel sobre os seus chips de 1 gigahertz para estimular a procura. O grupo anunciou segunda-feira que vai reduzir entre 31 a 54 por cento o preço dos Pentium 4 mais antigos, tendo sido imediatamente seguido pelo seu rival AMD. A Intel revelou ainda o “Banias”, o seu primeiro chip destinado aos computadores portáteis, que estará disponível durante o primeiro semestre de 2003.