Internet. Jovens estão hoje mais expostos a conteúdos violentos

Entre os conteúdos a que os jovens estão actualmente mais expostos online incluem-se mensagens de ódio, bullying e incentivos à auto-mutilação, entre outros

O alerta foi dado esta semana e resulta das conclusões de um estudo europeu – UE Kids Online – que contou com a participação da Universidade Nova de Lisboa. O estudo abrangeu 150 investigadores de 33 países diferentes, incluindo Portugal.

De acordo com os resultados, as probabilidades de exposição a conteúdos inapropriados por parte de jovens entre os 11 e os 16 anos são hoje mais elevadas do que em 2010.

No topo das principais preocupações encontra-se a pornografia, seguida de conteúdos violentos, “agressivos, cruéis ou sangrentos” – de facto, conteúdos gráficos que retratem situações reais ou realistas exercem efeitos especialmente perturbadores em crianças e jovens, superando os efeitos que conteúdos ficcionais proporcionam. Violência contra pessoas vulneráveis ou animais são preocupações especialmente acentuadas para a faixa etária dos 9 aos 12 anos.

Um factor que varia neste estudo, contudo, são os danos causados pela exposição a esses mesmos riscos. O estudo avança que elementos como o papel dos pais, da escola e dos pares dos jovens, bem como a regulação nacional e as políticas de provisão de conteúdos, têm influência na severidade dos efeitos. Também os valores culturais e o sistema de educação podem influenciar este aspecto.

Este projecto teve início em 2010 e baseou-se no inquérito a 25 mil crianças e jovens entre os 9 e os 16 anos, bem como a um dos seus pais, em 25 países. O critério de selecção requis que fossem utilizadores da internet.

Comparativamente a 2010, os jovens de hoje têm mais probabilidades de ser expostos a:

• Mensagens de ódio (13% em 2010 contra 20% em 2014)
• Sites pró-anorexia (9% em 2010 contra 13% em 2014)
• Incentivo à automutilação (7% contra 11%)
• Ciberbullying (7% contra 12%)