Internet móvel de 3G não vai gerar comércio

Apenas quatro por cento dos utilizadores de telemóvel tencionam recorrer ao aparelho para comprar bens ou serviços, indica um estudo da Cambridge Business School.

Apenas quatro por cento dos utilizadores de telemóvel tencionam recorrer ao aparelho para comprar bens ou serviços através da Internet, indica uma sondagem efectuada por consultores da AT Kearny e peritos da Cambridge University Business School.

O estudo, realizado junto de 2.400 pessoas com telemóvel em seis países, sublinha a quebra registada nas intenções de utilização do dispositivo para aceder à Internet.

Uma situação comprometedora para os operadores europeus de telecomunicações, que investiram milhões de euros na aquisição das licenças de 3/a geração de telemóveis (UMTS, Universal Mobile Telecommunications System), que promete Internet e serviços multimédia no ecrã do telemóvel.

A norma UMTS deverá possibilitar aceder à Internet em terminais móveis com uma qualidade muito semelhante à dos PC, além de permitir num único aparelho a recepção de dados, voz, vídeo e áudio, em banda larga, a velocidades da ordem dos 2Mbits por segundo, através da rede fixa, móvel e satélite.

Há apenas seis meses, 12 por cento dos utilizadores de telemóvel demonstravam intenções de utilizar o aparelho para aceder à Internet.

Este indicador era de 32 por cento há quinze meses. “É ainda muito cedo para tirar conclusões definitivas. Os optimistas pensam que se trata de uma curva em U, em que a curiosidade inicial se esfuma antes de voltar a entrar em alta” quando o produto for disponibilizado, disse Paul Collins, quadro da AT Kearney. “Mas, admitiu, de momento ainda não há nenhum sinal de retoma”.

No Japão, país na vanguarda da Internet móvel, 7 por cento dos utilizadores esperam aceder à rede através do telemóvel, contra os 42 por cento registados em Junho de 2000.

O gigante japonês NTT DoCoMO deverá lançar os seus primeiros telefones de 3/a geração a partir de Outubro, protagonizando a estreia mundial do serviço, mas admitindo antever lucros apenas dentro de quatro anos.

Numa primeira fase, a NTT DoCoMO não vai fornecer o acesso aos aspectos mais lúdicos do serviço, a distribuição de música e de vídeo, devido a dificuldades técnicas.

Os inquiridos na sondagem AT Kearny / Cambridge University Business School foram entrevistados nos Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Finlândia e Japão.