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Internet: Vários caminhos, uma direcção – a explosão do nº de utilizadores

Móvel, fixo, por cabo, via rede eléctrica, no PC, no telemóvel ou no televisor: são vários os caminhos de acesso à Internet, a rede global em que navegam hoje mais de 300 milhões de pessoas.

«Lisboa, 31 Mar (Lusa) – Móvel, fixo, por cabo, via rede eléctrica, no PC, no telemóvel ou no televisor: são vários os caminhos de acesso à Internet, a rede global em que navegam hoje mais de 300 milhões de pessoas. Por enquanto é através do computador pessoal e da linha telefónica fixa que a grande maioria das ligações é feita, mas esta já não é a única via, sendo o WAP (Wireless Application Protocol), tecnologia que permite o acesso à rede a partir de terminais móveis, apontado por muitos como o grande futuro da Internet. Segundo especialistas, Portugal pode ter no mercado de acesso móvel uma vantagem significativa, tendo em conta a elevada taxa de penetração dos telefones móveis (47 por cento) em relação à de computadores pessoais (10 por cento). Segundo dados da empresa de consultores PriceWaterhouseCoopers, dentro de três anos existirão 525 milhões de terminais móveis com capacidade WAP nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. Em Portugal começam a ser comercializados os primeiros aparelhos dispondo desta tecnologia. Segundo Luke Murrel, responsável da Nokia para o desenvolvimento do WAP na Europa, no ano 2000, entre 10 a 15 por cento dos telemóveis existentes disporão desta tecnologia. Em 2003, de acordo com um quadro da Alcatel, Emmanuel Spite, metade dos utilizadores da Internet deverá aceder à rede através de um terminal móvel. Em Novembro de 1999 foi lançada em Portugal a primeira empresa, e até agora única, de fornecimento de Internet através do cabo, que permite o acesso permanente à rede, sem custos telefónicos (só nas zonas onde a bidireccionalidade já existe, por enquanto, apenas Miraflores e Telheiras). O serviço, fornecido pela TV Cabo, tem cerca de 3 mil clientes e deverá ser estendido a 100 por cento das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto até final de 2001 e a toda a rede nacional da empresa até final de 2003. A ligação através do cabo, segundo responsáveis da empresa, permite o acesso à Internet dez vezes mais rápido do que o conseguido com uma linha RDIS e, graças ao canal de banda larga, acesso único a sites com emissões on-line ou com muita imagem e som. Segundo o presidente do Conselho executivo da TV Cabo, Graça Bau, o futuro da Internet passará pela televisão, projecto em que a empresa deverá entrar em Setembro, em simultâneo com a televisão digital interactiva. “No final de 2001 os acessos à Internet através do televisor deverão igualar os acessos por computador, atingindo os 300 mil em 2003 e um milhão em 2005”, afirmou. Em alguns países, como a Alemanha e a Coreia do Sul, estão já a ser realizadas experiências de acesso à Internet através da rede eléctrica. A tecnologia, designada por Powerline Communications (PLC), permite a transmissão de voz e dados através da rede eléctrica. As principais vantagens da Powerline são o acesso à Internet de alta velocidade e a utilização de uma infra-estrutura já existente (a rede eléctrica), com um preço competitivo face aos serviços já disponíveis. O principal obstáculo à introdução desta tecnologia parece ser a falta de regulamentação, sendo ainda necessária a instalação de modems próprios nos postos transformadores, contadores de electricidade e tomadas domésticas. Em Portugal, a EDP e a Oni deverão realizar, ainda em 2000, experiências neste campo. Segundo dados da Marktest, recolhidos entre Setembro e Dezembro de 1999, 23,3 por cento dos portugueses têm acesso à Internet e mais de metade a computador, embora muitos no trabalho ou nas escolas. Entre o fim de 1998 e o período homólogo de 1999, segundo o Instituto de Comunicações de Portugal (ICP), o número de assinantes da Internet cresceu 174,7 por cento, atingindo os 474.389 em 31 de Dezembro, não sendo conhecidos dados relativos ao número de acessos gratuitos.»