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Investigação finlandesa não encontra riscos no uso de telemóveis

Financiado pela organização governamental TEKES – Agência de Tecnologia Nacional, o programa finlandês contou com o apoio das empresas Nokia, Benefon, Sonera, Elisa e Radiolinja, entre outras.

Os resultados do estudo, que oficialmente só termina no final deste ano, foram adiantados num seminário decorrido na Universidade de Helsínquia. Financiado pela organização governamental TEKES – Agência de Tecnologia Nacional, o programa finlandês contou com o apoio das empresas Nokia, Benefon, Sonera, Elisa e Radiolinja, entre outras. “Tendo em conta as limitações deste projecto, posso afirmar que não encontrámos qualquer indicação de que os telemóveis afectem negativamente a saúde humana”, afirmou Jukka Juutilainen, investigador na Universidade de Kuopio (Finlândia) e coordenador do programa científico. Apesar da Organização Mundial de Saúde sustentar que não existem de provas científicas de que os telemóveis e as antenas de difusão de sinal prejudiquem a saúde, são frequentes os alertas na comunicação social para a perigosidade destes aparelhos. O programa estudou durante seis anos os possíveis efeitos dos campos magnéticos na saúde humana gerados pelos telemóveis e outros tipos de comunicação sem cabo, envolvendo várias universidades e institutos de investigação na Finlândia – um país onde mais de 80 por cento da população usa telemóvel. Dividido em vários projectos, este programa científico estudou o efeito dos campos magnéticos nas funções de aquisição de conhecimento, no funcionamento cerebral, no sistema circulatório, nos pacemakers cardíacos e na cultura de células, entre outros. O programa analisou ainda a relação entre o uso de telemóveis e o cancro do cérebro e da glândula salivar. Apesar dos resultados, Juutilainen considera que algumas questões precisam de investigação adicional: “Nas experiências com culturas de células constatámos, por exemplo, que os telemóveis produzem efeitos biológicos. Porém, ainda não é possível perceber até que ponto esses efeitos podem representar um risco para a saúde”. Outra questão que fica em aberto é o efeito específico dos telemóveis nas crianças, uma matéria que apenas foi analisada por uma das universidades inseridas no programa. A continuação do projecto, que termina oficialmente no final deste ano, está ainda a ser discutida: “Seria necessário continuar a investigação, mas ainda não se sabe se há financiamento”, afirmou o investigador.