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Isto foi o que o vídeo viral da máscara do Chewbacca me ensinou sobre redes sociais

As pessoas valorizam genuinidade, tanto online como offline.

 

 

“It’s the simple joys in life” (Candace Payne)

Devo ter sido das últimas pessoas a ouvir falar em Candace Payne.

Há dois motivos para não conhecer o vídeo protagonizado por esta carismática norte-americana:

 

1. Não tem Facebook (é o meu caso)
2. Não esteve atento às notícias online (também foi o meu caso)

 

Foi sol de pouca dura.

“Vídeo viral no Facebook soma mais de 130 milhões de visualizações”.

E mais de 3 milhões de partilhas. E mais de 2 milhões de reações (“gostos” e respetivas variações).

A sério. Está em toda a internet. É impossível ignorar.

 

Como? Quando? Porquê?

 

Antes de sexta-feira, data em que o vídeo foi transmitido em direto no Facebook, o mundo não sabia nem quem era Candace Payne, nem da hilariante máscara de Chewbacca vendida na Kohl’s.

Três dias depois, poucos são os que ainda não se cruzaram com o vídeo.

O motivo?

Veja o vídeo e atreva-se a não esboçar um sorriso.

 

 

Opiniões ou preferências à parte, é difícil não nos contagiarmos com a felicidade que Candace transborda no vídeo.

Talvez porque já todos tenhamos sentido na pele a felicidade de receber um presente espetacular, ou porque a protagonista nos recorde alguém com uma personalidade semelhante.

Além disso, crédito à Kohl’s, a máscara é hilariante.

 

O vídeo também foi originalmente gravado para uma audiência bem mais pequena e íntima do que os +130 milhões de espetadores que entretanto somou.

O que aconteceu foi que cada um de nós teve oportunidade de se sentir como se fizesse parte da rede de contactos daquela pessoa, partilhando um pouco da sua felicidade.

Tudo no vídeo transborda intimismo e genuinidade. Exatamente aquilo que uma relação de proximidade deve oferecer.

A felicidade no vídeo é genuína e, como em tudo o que procuramos, essa genuinidade comunica connosco.

A felicidade é contagiante.

 

Há quem possa argumentar que a falta de seriedade do vídeo não legitima a sua popularidade; que, em vez disso, devia ter sido um conteúdo mais sério a obter estes números astronómicos.

Mas ao refletir sobre isso noto que a resposta está na própria questão.

A falta de seriedade é o que explica o sucesso do vídeo e é o que o faz relacionar-se com jovens, adultos e seniores.

 

As redes sociais, que se propõem ser as plataformas digitais das nossas relações mais íntimas, não podem ser feitas apenas de seriedade.

O mundo já é demasiado sério. Se não reservarmos espaço para um pequeno momento de felicidade arriscamos-nos a perder o contacto com a própria realidade.

É precisamente aí que entram as relações pessoais. E foi precisamente isso que este vídeo, propositadamente ou não, emulou.

 

Só precisa de tirar quatro minutos do seu sério e preenchido dia de trabalho para compartilhar a felicidade de Candace.

Quanto à Kohl’s, como é óbvio, também saiu a ganhar. A sua exposição aos mais de 130 milhões de novos espetadores levou a esgotar todo o stock daquelas máscaras de Chewbacca.

E claro, tudo graças ao vídeo de Candace, que também foi recompensada: além de ter recebido três novas máscaras (para o marido e para os dois filhos), teve direito a um vale de compras no valor de 2500 dólares e a toda uma coleção de brinquedos do Star Wars, bem como a algumas aparições em talk shows norte-americanos.

Quem diz que a felicidade não atrai coisas boas?