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Jogos e rádio ultrapassam 3G e TV móvel

Estudo aponta tendências tecnológicas.

Os motores de busca, os jogos de vídeo para o segmento jovem/feminino e a rádio por assinatura são as principais tendências para 2006, enquanto a TV móvel e os telemóveis de 3G terão, provavelmente, uma entrada mais retardada no mercado, afirma o relatório da Deloitte.

Os especialistas da consultora no sector de TMT prevêem que, em 2006, os motores de busca substituam o email como a aplicação digital mais utilizada, que haja uma maior utilização dos jogos de vídeo por parte de jovens do sexo feminino e que a rádio por assinatura registe um forte crescimento.

Por outro lado, a televisão móvel irá decepcionar, a adopção da 3G será mais lenta do que o previsto e o «fosso digital» irá aumentar, adianta o estudo «TMT Trends: Predictions, 2006».

«Embora os sectores de tecnologia, telecomunicações e média/entretenimento estejam certamente a convergir, identificámos as principais tendências que prevemos para 2006 em cada sector», afirma Carlos Freire, sócio responsável pelo sector de TMT em Portugal, afirmando que «haverá alguns grandes vencedores e alguns grandes perdedores – e alguns que, como sempre, irão ter aceitação a um ritmo mais lento do que o inicialmente previsto».

Tecnologia

Pormenorizando, uma das principais tendências identificadas no relatório sobre o sector da tecnologia é a de que os motores de busca irão substituir o email como aplicação mais utilizada, devido à introdução crescente de funcionalidades, à ligação de maior velocidade, e aos 20 exabytes de nova informação digital que deverão ser criados em 2006. Por outro lado, é pouco provável que vejamos grandes progressos nos interfaces de utilização dos motores de busca, o que implica ainda maior valor potencial a capturar no futuro.

Paralelamente, a conectividade vai transformar os equipamentos/aparelhos em serviços e desde uma máquina fotográfica até um automóvel poderão ser melhorados e actualizados à distância. As actualizações irão abranger todo o tipo de equipamentos/aparelhos, desde computadores pessoais e telemóveis, até receptores de GPS, computadores instalados nos automóveis e set-top-boxes, criando uma oportunidade para os fabricantes melhorarem a sua resposta e o seu entendimento das necessidades dos clientes, fornecerem serviços de melhor qualidade e identificarem novas oportunidades de obtenção de receitas.

Telecomunicações

este será um ano frustrante para a 3G, segundo a Deloitte. As necessidades dos clientes estão a ser satisfeitas pelos standards existentes; os clientes não compreendem quais são os benefícios da 3G nem vêem razão para os pagar. A 3G vai aumentar o número de assinantes em algumas dezenas de milhões, mas não será o suficiente para compensar as dezenas de biliões de dólares investidos. A 2G vai continuar a representar a maior parte do crescimento, das receitas e da margem do sector móvel.

Entretanto, a conectividade estará omnipresente. O sector das telecomunicações irá tirar partido do amadurecimento das comunicações geradas a partir de sistemas automatizados para integrar a conectividade nos equipamentos, máquinas e aparelhos, o que irá permitir monitorizar os processos à distância, controlar os activos e monitorizar o fluxo de tráfego (trace and tracking).

Assistiremos ainda em 2006 ao arranque dos MVNO (Mobile Virtual Network Operators/operadores virtuais). Os operadores de telecomunicações estão à procura de novas fontes de receitas, as empresas de conteúdos estão à procura de novos canais de distribuição e empresas de todos os tipos querem tirar partido das suas bases de clientes fidelizados. Os operadores móveis virtuais irão consolidar a sua presença, aumentando o seu foot-print nos países onde o contexto regulamentar já o permite e entrando em novos mercados, como por exemplo em Portugal, já que é esperado que a entidade reguladora (o ICP-ANACOM) o permita.

Média & Entretenimento

A televisão móvel vai decepcionar. Embora seja promovida como sendo a próxima grande novidade – a tão procurada killer application – e de estarem previstos investimentos publicitários e promocionais de dezenas de milhões de dólares, a aceitação dos clientes vai ser fraca e retardada, garante a consultora.

Quanto aos jogos de vídeo, procuram novas audiências e, na sequência do êxito das novas plataformas, este sector irá lutar por um crescimento sustentado, criando uma base de clientes consideravelmente maior. Vai procurar captar novos segmentos da população, particularmente a camada feminina jovem.

Rádio por assinatura 2.0 – a rádio seguirá o caminho percorrido pela televisão, à medida que o seu modelo de negócio evolui, deixando de ser dominado pela publicidade e passando a ser dominado pela subscrição (ou assinatura), proporcionando maior flexibilidade para os clientes e novas oportunidades para os operadores. Serão lançados novos mecanismos de distribuição, tais como serviços baseados na Internet. Existem actualmente mais de 12 milhões de assinantes norte-americanos de rádio por satélite; prevê-se que este mercado registe um crescimento de 35% até ao final da década.