Londrinos compram menos telemóveis
As vendas para os revendedores de telemóveis em Londres foram uma tragédia. Segundo a contabilidade apurada foram vendidos cerca de 5,5 milhões de telemóveis no Natal. Um número óptimo, se fóssemos a transpor a realidade para Portugal. No entanto, as queixas não se fizeram esperar, pois o número alcançado no mesmo período do ano passado, não deixa dúvidas de insucesso em 2001: 10 milhões de telefones móveis foi quanto se vendeu no Natal de 2000. “Panic in the streets of London”, cantavam os The Smiths nos anos 80 e com alguma razão agora. O sinal vermelho foi dado pelo revendedores, que não estiveram com meias medidas em culpar todos os operadores pelo fracasso das vendas este ano. Segundo os comerciantes, o aumento dos preços dos telemóveis com cartões recarregáveis fizeram desaparecer os eventuais interessados em comprar um equipamento para oferta ou mesmo para segundo telemóvel pessoal. Por razões que nem os próprios comerciantes entendem, os operadores de telecomunicações móveis decidiram apostar em angariar clientes de assinatura mensal, em deterimento dos cartões recarregáveis, aumentando o preço dos equipamentos destes últimos. No entanto, a explicação é mais lógica do que parece. Há um sentimento generalizado das empresas com licenças GSM no Reino Unido, para fazer inverter a tendência do mercado britânico. É que 90% dos telefones celulares vendidos no Natal do ano passado foram de cartões recarregáveis. Uma tentativa de alterar comportamentos que teve custos comerciais, não só para os retalhistas como para as próprias operadoras. É que, se no ano passado foram angariados 5,7 milhões de novos clientes, este ano a contabilidade ficou-se pelos 1,5 milhões. Uma estratégia que se pode saldar por um rotundo fracasso. E o pior é que, apesar de Natal ser quando um homem quiser, a época das compras já passou e quem ganhou, ganhou e quem perdeu…agora, só para o ano.