Segundo consta de algumas conclusões preliminares do estudo já efectuado, a grande maioria dos utilizadores de telemóveis ficaram insensíveis ao que os outros possam sentir quando, por exemplo, há toques no tom de volume mais elevado e alguns deles bem estridentes. O estudo contou com depoimentos de utilizadores e não utilizadores de terminais móveis, em que 62% confessaram que deixou de haver consideração por terceiros, mesmo em acontecimentos sociais. Aliás, este grupo torna-se maior (77%) se tivermos em conta só os não utilizadores.
Mas 84% dos inquiridos, proprietários de telemóveis, achou importante que as pessoas tomassem consciência das responsabilidades que implicam o uso dos respectivos aparelhos. O estudo feito a 300 indivíduos mostrou que as queixas mais comuns dizem respeito ao facto de se falar muito alto enquanto se conversa ao telemóvel, por este ser usado em restaurantes, e por se atenderem os telefones portáteis a meio de uma conversa. Neste capítulo, o envio de mensagens é um meio de comunicação muito bem visto, em detrimento das chamadas de voz.
“As tecnologias, como por exemplo os telemóveis, vieram trazer novos e interessantes desafios a áreas como a etiqueta social. À medida que os aparelhos vão sendo cada mais indispensáveis no nosso dia-a-dia, acho que o seu uso inapropriado em situações tão diferentes como actividades sociais ou profissionais vai tornar-se em verdadeira ameaça à etiqueta”, afirmou June Dally-Watkins.
O mais curioso é que os proprietários dos restaurantes, teatros e cinemas que aderiram ao projecto, estão satisfeitos com os resultados e esperam que o livro que possa vir a ser publicado venha, pelo menos, alertar os utilizadores sobre as condições e circunstâncias em que podem usar os telemóveis sem, com isso, ferir o bem-estar dos que estão à sua volta.
