Marconi: o fim do diamante
Nos inícios da década de 70, com a integração de Portugal no projecto Intelsat (International Telecommunications Satellite Organization), o Governo português designava a Marconi como sua legítima representante, política que voltaria a ser seguida já nos finais da mesma década (1977), quando Portugal é aceite como membro da Eutelsat e em 1978 na Inmarsat.
A década seria importante na história da empresa, uma vez que o salto tecnológico permitiu-lhe posicionar-se na vanguarda das comunicações. Em 1983, era inaugurado o primeiro comutador digital internacional da Europa, o NEAX-61K.
Com a actualização permanente do mercado, e com vista à ampliação para mais de 20 vezes das capacidades ao serviço do país nas redes de telecomunicações de longa distância, nacional e internacional, a Marconi foi investindo, como é o caso dos sistemas do Atlântico Norte e Sul, submarinos Columbus-III, TAT-12/13 e Atlantis-2, Americas-2 e SAT-3, respectivamente. Ou ainda o investimento feito no SEA-ME-WE-3, que fornece algumas zonas da Europa e Extremo Oriente, o sistema de cabos submarinos mais longo do mundo, com 40.000 km, ligando 33 países de quatro continentes.
Assim sendo, e com semelhante vocação tecnológica, a integração na PT Comunicações é, no mínimo, questionável. Afinal de contas, que futuro estará reservado para a Marconi, que carrega consigo o peso de um nome britânico universalmente conhecido?