Segundo o Financial Times, o processo negocial já se arrasta desde o final do ano passado e poderá durar ainda mais dois meses, até se conhecer o desfecho. No entanto, e do ponto de vista empresarial, os especialistas não compreendem como é que o fabricante alemão poderá aceitar as condições que vieram a público. Apesar de haver direito a compensação financeira (a Motorola paga uma verba à Siemens), os alemães ainda ficariam com a divisão de redes sem fios que, curiosamente, tem dado prejuízo à marca norte-americana.
Acontece que a divisão de redes sem fios da Siemens também se encontra deficitária, além de que os projectos desenvolvidos pela Motorola em termos de redes wireless (sem fios) são, fundamentalmente, em sistema CDMA (WCDMA) o mais comum nos Estados Unidos e em algumas regiões da Ásia. O que colide literalmente com os objectivos traçados pela Siemens, que sempre se mostrou interessada em trabalhar no sistema europeu de GSM.
É uma questão de se saber o que vai ter mais peso na decisão da Siemens: o dinheiro da Motorola ou a vontade de continuar a apostar numa marca forte fora do mercado germânico e, sobretudo, no negócio que actualmente é rentável para o grupo alemão, que encaixou 28 milhões de euros de lucro no terceiro trimestre do ano.
