A pergunta foi lançada de forma clara e simples ao painel de representantes das principais marcas de telemóveis comercializadas em Portugal: os fabricantes de terminais estão em condições de garantir 100 ou 200 mil aparelhos UMTS aos diferentes operadores a 1 de Janeiro de 2003?
O representante da SonyEricsson, António Aleixo, foi o primeiro a abrir o livro da honestidade e a confessar que não, a SonyEricsson não terá telemóveis em quantidade suficiente para iniciar a sua comercialização a partir de Janeiro de 2003.
O responsável pela Motorola em Portugal, Rui Antunes, aindou tentou atirar com o argumento das condições proporcionadas pelos operadores para cima da mesa, mas o certo é que, também ele, no final da sua explicação, acabou por dizer que os equipamentos ainda não estavam disponíveis comercialmente.
A Samsung, representada por Joaquim Costa, apesar de não ter adiantado muito sobre o assunto, também não fugiu à regra e afirmou que não teria equipamentos UMTS para comercializar.
Discurso pelo qual afinou igualmente o director do Departamento de Novos Produtos da Nokia, Jorge Guedes. Aliás, a polémica ficou acesa precisamente pelo facto do representante da marca finlandesa ter anunciado que o primeiro modelo UMTS da Nokia irá ser apresentado a 26 de Setembro deste ano. Uma apresentação que não significa comercialização, já que Jorge Guedes fez questão de dizer que estariam apenas disponíveis algumas unidades com a única finalidade de servir de testes aos operadores.
Mesmo com ensaios em rede real aos aparelhos, com início a 26 de Setembro deste ano, é já um dado garantido que não haverá telemóveis nos circuitos comerciais na data definida pela autoridade reguladora como obrigatória para a entrada em vigor das comunicações móveis de terceira geração.
Isto significa que, em termos práticos, e apesar de não haver um pedido formal para um novo adiamento do UMTS em Portugal por parte dos operadores, ele vai existir. Quer a Anacom queira quer não.