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Ninguém gosta de ouvir a sua música alta nos transportes públicos

E até já há um estudo encomendado pela Samsung que comprova isso


Admita. Já sentiu aquele desejo incontrolável de silenciar aquela fonte de barulho irritante num local público.

Se as pessoas que ouvem música alta (e má) em transportes públicos o fazem por ignorância, falta de educação ou por considerarem que todos à sua volta vão apreciar secretamente o seu gosto musical, não o sei dizer. Mas garanto ao leitor que são muitas as pessoas que detestam este comportamento, e até já existe um estudo que o comprova.

A Samsung encomendou recentemente um estudo que se focou nas deslocações dos europeus (portugueses incluídos) de e para o trabalho. Mesmo que muitos admitam conduzir com frequência, os transportes públicos são vistos como meios mais cómodos para estas deslocações.


Só existe um pequeno problema: sendo públicos, são partilhados com outras pessoas. E isto inclui pessoal que ouve música horrível com o volume no máximo ou pessoas que simplesmente falam demasiado alto. Isto incomoda 20% e 16%, respectivamente, dos passageiros portugueses.

À frente disto só mesmo os atrasos nos transportes públicos, que incomodam 25% dos inquiridos. Isto significa, portanto, que o pior que poderia acontecer a um dos inquiridos seria suportar um atraso destes em conjunto com um fã de música asquerosa que, por coincidência, também falasse demasiado alto.

A não ser que more na Austrália, onde também os transportes públicos são palco de comportamentos bizarros.

Para minimizar os danos provocados pela obrigação de suportar isto diariamente, o estudo da Samsung faz algumas reflexões/recomendações que pretendem tornar os transportes públicos numa jornada mais agradável.


As recomendações, ainda que não incluam a distribuição gratuita de auscultadores de marca branca nestes espaços, chamam a atenção para o efeito atenuador que o entretenimento proporcionado por novas tecnologias parece exercer nos frequentadores assíduos de transportes públicos.

Isto torna-se relevante porque, de acordo com a Samsung, 54% dos inquiridos « procura formas inovadoras para transformar este tempo improdutivo em algo que se deseje ».

Por tempo improdutivo entenda-se a média diária de 42 minutos que uma deslocação casa-trabalho/trabalho-casa implica para um típico passageiro português. Ao fim de um ano este número sobe para 180 horas gastas em deslocações, aproximadamente uma semana.


As alternativas à música horrível dos outros passageiros também não são muito mais interessantes, infelizmente: « uma razoável proporção de trabalhadores desperdiça este tempo precioso dedicando-se simplesmente à observação de pessoas (23%) ou não fazendo efectivamente nada (10%) durante o período de viagem ».

Atentando para 61% dos portugueses que acredita que o acesso a óptimos conteúdos poderia tornar as suas deslocações mais interessantes, a desproporção em relação à adopção das novas tecnologias para este efeito ainda é significativa: apenas 2% utilizam tablets durante o seu percurso, ligeiramente abaixo dos 3% que utilizam os computadores portáteis.

Não surpreendentemente, o meio de entretenimento preferido dos portugueses para as suas deslocações implica ouvir música: « os europeus recorrem em grande parte à música, sendo os portugueses que mais ocupam o tempo desta forma (79%) ».


« Hoje, e mais do que nunca, os trabalhadores pendulares podem maximizar os sete dias que gastam por ano na deslocação de e para o trabalho, graças às tecnologias cada vez mais avançadas e que oferecem conteúdos cada vez mais interessantes », refere Tiago Flores, director de marketing de produto da Samsung Portugal.

« Com mais de 150 milhões de europeus a deslocarem-se diariamente entre casa e o trabalho, o número acumulado de ‘dias perdidos’ rapidamente atinge anos de tempo perdido – se tivéssemos de contabilizar todo esse tempo de deslocação desperdiçado na Europa, seria necessário recuarmos 13 mil anos », completa.

Ninguém gosta de ouvir a sua música alta nos transportes públicos