Ninguém gosta de ouvir a sua música alta nos transportes públicos
E até já há um estudo encomendado pela Samsung que comprova isso
- Lauro Lopes
- 22/12/2014
- Lifestyle, Mobile, Samsung
Admita. Já sentiu aquele desejo incontrolável de silenciar aquela fonte de barulho irritante num local público.
Se as pessoas que ouvem música alta (e má) em transportes públicos o fazem por ignorância, falta de educação ou por considerarem que todos à sua volta vão apreciar secretamente o seu gosto musical, não o sei dizer. Mas garanto ao leitor que são muitas as pessoas que detestam este comportamento, e até já existe um estudo que o comprova.
A Samsung encomendou recentemente um estudo que se focou nas deslocações dos europeus (portugueses incluídos) de e para o trabalho. Mesmo que muitos admitam conduzir com frequência, os transportes públicos são vistos como meios mais cómodos para estas deslocações.
Só existe um pequeno problema: sendo públicos, são partilhados com outras pessoas. E isto inclui pessoal que ouve música horrível com o volume no máximo ou pessoas que simplesmente falam demasiado alto. Isto incomoda 20% e 16%, respectivamente, dos passageiros portugueses.
À frente disto só mesmo os atrasos nos transportes públicos, que incomodam 25% dos inquiridos. Isto significa, portanto, que o pior que poderia acontecer a um dos inquiridos seria suportar um atraso destes em conjunto com um fã de música asquerosa que, por coincidência, também falasse demasiado alto.
A não ser que more na Austrália, onde também os transportes públicos são palco de comportamentos bizarros.
Para minimizar os danos provocados pela obrigação de suportar isto diariamente, o estudo da Samsung faz algumas reflexões/recomendações que pretendem tornar os transportes públicos numa jornada mais agradável.
As recomendações, ainda que não incluam a distribuição gratuita de auscultadores de marca branca nestes espaços, chamam a atenção para o efeito atenuador que o entretenimento proporcionado por novas tecnologias parece exercer nos frequentadores assíduos de transportes públicos.
Isto torna-se relevante porque, de acordo com a Samsung, 54% dos inquiridos « procura formas inovadoras para transformar este tempo improdutivo em algo que se deseje ».
Por tempo improdutivo entenda-se a média diária de 42 minutos que uma deslocação casa-trabalho/trabalho-casa implica para um típico passageiro português. Ao fim de um ano este número sobe para 180 horas gastas em deslocações, aproximadamente uma semana.
As alternativas à música horrível dos outros passageiros também não são muito mais interessantes, infelizmente: « uma razoável proporção de trabalhadores desperdiça este tempo precioso dedicando-se simplesmente à observação de pessoas (23%) ou não fazendo efectivamente nada (10%) durante o período de viagem ».
Atentando para 61% dos portugueses que acredita que o acesso a óptimos conteúdos poderia tornar as suas deslocações mais interessantes, a desproporção em relação à adopção das novas tecnologias para este efeito ainda é significativa: apenas 2% utilizam tablets durante o seu percurso, ligeiramente abaixo dos 3% que utilizam os computadores portáteis.
Não surpreendentemente, o meio de entretenimento preferido dos portugueses para as suas deslocações implica ouvir música: « os europeus recorrem em grande parte à música, sendo os portugueses que mais ocupam o tempo desta forma (79%) ».
« Hoje, e mais do que nunca, os trabalhadores pendulares podem maximizar os sete dias que gastam por ano na deslocação de e para o trabalho, graças às tecnologias cada vez mais avançadas e que oferecem conteúdos cada vez mais interessantes », refere Tiago Flores, director de marketing de produto da Samsung Portugal.
« Com mais de 150 milhões de europeus a deslocarem-se diariamente entre casa e o trabalho, o número acumulado de ‘dias perdidos’ rapidamente atinge anos de tempo perdido – se tivéssemos de contabilizar todo esse tempo de deslocação desperdiçado na Europa, seria necessário recuarmos 13 mil anos », completa.