Jorma Ollila, CEO da Nokia, em entrevista à Nikkei Business, deixou bem claro que, independentemente de uma eventual recessão, a sua empresa irá manter-se exactamente com a mesma estratégia adoptada e aplicada até aqui. Empolgado com a boa prestação da Nokia face à crise instalada no mercado global depois dos acontecimentos de 11 de Setembro, Jorma Ollila, diz ter razões para continuar satisfeito, aconteça o que acontecer. Segundo o mesmo responsável, a Nokia preparou-se logo em finais de 2000, continuando nos princípios de 2001, para os tempos de dificuldade. Em relação à viragem para o Oriente, se as coisas parecem estar bem encaminhadas no difícil mercado comunista da China – 13% das exportações da Nokia são para o país mais populoso do mundo -, o mesmo já não acontece no Japão, onde o mercado de telecomunicações tem uma concorrência fortíssima. A começar logo pelas marcas da casa, e sem esquecer que os sistemas nipónicos não são compatíveis com os europeus. Razões de sobra para relegar uma marca como a Nokia para segundo plano, no panorama comercial japonês. Mas Jorma Ollila prevê um volte-face nessa situação e a muito curto prazo. O acordo assinado com a J-Phone (concorrente directo da NTT DoCoMo e empresa da Vodafone) leva os finlandeses a olhar para o mercado com outros olhos…e outras perspectivas. A J-Phone é, simplesmente, o segundo maior operador japonês. O acordo firmado faz da Nokia o único fornecedor de infra-estruturas e telemóveis da operadora, o que lhes permite ter uma óptima margem de manobra para negociar no terreno. No entanto, os custos elevados da operação comercial e financeira poderá ser arriscada, mesmo para uma empresa como a Nokia. Como foi anteriormente dito, o sistema de comunicações japonês é incompatível com o europeu e, desenvolver quase em exclusivo, uma rede para um mercado, por muito potencial que seja, apresenta sempre os seus riscos financeiros. Nada a que Jorma Ollila, pelos vistos, não esteja habituado.