Os pais não deviam dar telemóveis a crianças com menos de 8 anos, advertiu o professor William Stewart ao divulgar as conclusões de um novo estudo do National Radiological Protection Board (NRPB), um organismo governamental britânico especializado na temática.
O relatório aponta que, numa primeira abordagem, a multiplicação dos telemóveis no mundo «não foi acompanhada de um aumento dos problemas de saúde associados», mas frisa que a utilização maciça do telemóvel é um fenómeno recente «que se desenvolve a uma velocidade maior dos que os estudos sobre o seu impacto potencial sobre a saúde».
Nesse sentido, a prevenção é o melhor remédio e o estudo salienta que as crianças «poderão ser mais vulneráveis aos efeitos ligados à utilização de um telemóvel», pois «o seu sistema nervoso está ainda em desenvolvimento, os tecidos do cérebro absorvem mais os raios de energia e elas estarão expostas muito mais tempo» do que quem apenas começou a utilizar estes equipamentos já em fase adulta.
William Stewart reafirma, por isso, que os pais devem limitar o uso do telemóvel por parte das crianças e incentivá-las a preferirem o envio de SMS.
«Acho que não se pode afirmar, honestamente, que os telemóveis não representam um perigo», declarou o investigador em conferência de imprensa. «Se consideram que o telemóvel pode representar um factor de segurança para um adolescente, isso é uma escolha pessoal», afirmou, notando porém que «não vejo qual possa ser a justificação para crianças entre os 3 e os 8 anos».
Vincando a sua ideia, aquele professor mostrou-se também contra a instalação de antenas da rede móvel próximo das escolas mas recordou que «as emissões dessas antenas representam uma pequena percentagem das emissões recebidas de um telemóvel».
Entretanto, Mike Dolan, director da Associação dos Operadores de Telefonia Móvel do Reino Unido recordou algumas medidas do sector tendo em conta estas preocupações, nomeadamente o acordo estabelecido há cinco anos que previa a não orientação de campanhas para os menores de 16 anos.