Porque é que não vamos comprar um Apple iPad mini Retina (opinião)
Enquanto actualização, o Apple iPad mini Retina não justifica o investimento se já tivermos adquirido um iPad mini em 2012
A Apple introduziu dois novos iPads na semana passada, um dos quais uma actualização ao bem sucedido formato mini do seu popular tablet. Mas onde é que estão as novidades em relação à edição anterior? A julgar pelas especificações do novo iPad mini Retina, apenas no processador, no ecrã e nos preços – no mercado internacional o novo iPad mini apresenta um preço de lançamento superior ao do seu antecessor, mas não parece introduzir novidades suficientes que justifiquem, do ponto de vista do consumidor, esse acréscimo no seu valor.
Entre as novidades introduzidas encontram-se um novo processador dual-core A7 de 64-bits, o mesmo do iPhone 5S e iPad Air, e um ecrã Retina de alta resolução, com 2048 x 1536 píxeis – o dobro da resolução anterior. Em tudo o resto, contudo, o iPad mini Retina apresenta-se exactamente igual ao tablet introduzido em 2012, possivelmente com a excepção de introduzir uma variante com 128 GB de espaço de armazenamento.
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Essencialmente, o iPad mini Retina está para a sua edição anterior como o iPhone 5S está para o iPhone 5: trata-se de uma (pouco acessível e possivelmente não tão essencial quanto isso) actualização a um produto, mas não necessariamente de um novo produto – da mesma forma que o iPad 4 não apresentou novidades revolucionárias face ao iPad 3, mas terá sido antes uma actualização à linha de aparelhos da empresa. De facto, esta parece ser a tendência na qual a Apple de Tim Cook mais se destacou: admitidamente a Apple é uma empresa fantástica em aperfeiçoar os seus produtos, mas parece ter perdido todo o encanto e magia na sua capacidade de surpreender os seus utilizadores.
Isto não significa que o iPad mini Retina seja um mau produto, antes pelo contrário: parece-nos ser melhor que a edição anterior. Só que esse salto qualitativo não é suficiente para nos fazer gastar (pelo menos) outros 400€ num tablet que não nos surpreendeu. Reconhecemos, ainda assim, que poderá ser uma proposta bastante apelativa para quem procurar uma solução com portabilidade, com um bom desempenho e um ecrã que permita usufruir de conteúdos multimédia de alta qualidade – se esta aquisição representasse uma estreia no segmento, não seria um mau negócio; mas se se resumir a uma mera actualização, simplesmente não se justifica.
Esperamos que o iPad mini Retina seja uma máquina fantástica em termos de desempenho e que ofereça uma experiência de elevada qualidade no consumo de multimédia, navegação web e em jogos – mas tirar total proveito de um processador de 64-bits que encarece o dispositivo não será, para já, uma realidade. Também não é necessária uma tal capacidade de processamento para podermos usufruir de conteúdos ou navegar na Web, que é um dos aspectos mais apelativos no universo dos tablets, embora a performance seja certamente bem-vinda; e no que a jogos diz respeito, ainda que o A7 venha elevar bastante a fasquia, continuamos a preferir consolas para este propósito.
Como em tudo, a solução para quem não apreciar esta proposta da Apple é simples: basta não a comprar. Quem a adquirir, contudo, devia ter noção que vai estar a pagar mais pelo mesmo tablet, só que com um melhor processador e um ecrã de resolução mais elevada.