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Smartphone Asus Zenfone 3. Análise

Avaliação do smartphone Asus Zenfone 3

 

A Asus é mais conhecida por fabricar computadores do que telemóveis, mas nem por isso deixa de reunir vitórias no currículo.

Em 2014, por exemplo, a empresa vendeu 8,5 milhões de smartphones – um número que conseguiu mais do que duplicar em 2015, quando vendeu 20 milhões de unidades.

Este sucesso, contudo, talvez tenha subido à cabeça da empresa. Em Janeiro de 2016 a Asus prometeu vender 30 milhões de smartphones até ao fim do ano, apenas para voltar a reajustar as expectativas em Fevereiro.

De facto, 2016 foi um ano de sucessivos reajustes para a Asus. Apesar do Asus Zenfone 3 ter sido introduzido no início do ano, com lançamento previsto para Maio, foi só em Agosto que começou a ser vendido internacionalmente. E a Portugal só chegou em Setembro.

Em Portugal o Asus Zenfone 3 está disponível por 369 euros, mas estes valores podem subir consoante a variante do telemóvel (o Asus Zenfone 3 Deluxe, por exemplo, custa 780 euros).

O seu ponto forte é a relação preço-qualidade (que se tornou a sua imagem de marca). 369 euros não é um valor acessível, mas é mais acessível do que outros smartphones da concorrência com características semelhantes.

Asus Zenfone 3 portugal review 01

O Android 6.0 Marshmallow vem revestido pela ZenUI 3.0 (interface da Asus), que se destaca pela notável ausência de camadas. Isto significa que fazemos tudo a partir do ecrã principal, à semelhança do iOS ou da EmotionUI da Huawei.

É tentador supor que esta simplicidade se traduz numa experiência mais limpa, mas esta conclusão não podia ser mais enganadora.

Um dos aspectos em que a ZenUI 3.0 falha é precisamente em proporcionar uma experiência minimalista.

Isto deve-se ao excesso de bloatware pré-instalado (sabe o que é?), mas também às muitas informações e processos que decorrem em simultâneo.

Nem a barra de notificações escapa à quantidade de informação que inunda o Asus Zenfone 3. Não somos os únicos com esta opinião.

O excesso de informação é um dos problemas da pré-configuração deste telemóvel. Traz muitas aplicações inúteis, muitos serviços que não fazem falta, mas que a Asus pode argumentar serem essenciais à experiência de utilização do smartphone.

Hardware à medida do software pesado

Para lidar com uma interface tão pesada, o Asus Zenfone 3 vem equipado com um processador Qualcomm Snapdragon 625, um CPU de oito núcleos (octa-core) Cortex A53 com velocidades até 2 GHz, muito popular em telemóveis de gama média alta.

O Snapdragon 625 não é a gama mais alta da Qualcomm, mas nem por isso deixa de ter um óptimo desempenho.

Por vezes o excesso de de processos do Asus Zenfone 3 levou o telefone a ressentir-se. A ZenUI 3.0 é, afinal, pesada (até mesmo para um octa-core com 3 GB de RAM).

Este CPU tende a ser equiparado ao HiSilicon Kirin 650 (processador do Huawei P9 Lite), que também é um octa-core (Cortex A53) com velocidades semelhantes.

Por ser mais recente, contudo, o Snapdragon 625 oferece consumos de energia mais eficientes.

Para correr jogos como o Asphalt 8, Modern Combat 5 ou Shadow Fight 2, por exemplo, oferece um desempenho aceitável, sem lag ou arrastamentos.

Os tempos de carregamento podem demorar mais do que em telefones com processadores superiores, e jogos com requisitos gráficos mais restritos não se adequam à Adreno 506.

Asus Zenfone 3 portugal review 02

Os consumos de energia eficientes dão jeito na hora de lidar com um ecrã IPS de 5,5 polegadas (Full HD, 1920 x 1080). Esta tecnologia oferece ângulos de visão mais amplos do que tecnologias como o AMOLED, além de ser melhor a reproduzir cor.

“Um ecrã IPS oferece melhor visibilidade e leitura do que um ecrã AMOLED devido ao seu ecrã retro-iluminado. Um AMOLED não traz retro-iluminação porque a luz parte directamente de cada diodo”, explica Alex Ivankov no Version Daily.

A visibilidade não é o único argumento favorável à tecnologia IPS. O seu tempo de vida também é superior ao AMOLED, que se degrada mais depressa e possui um prazo de validade inferior. A não ser que o Asus Zenfone 3 caia ao chão (más notícias para um telemóvel com corpo à base de vidro), este ecrã pode durar anos.

Mas nem tudo são arco-íris nos ecrãs IPS. Por ser retro-iluminado, o impacto nos consumos de energia do telemóvel é significativo. Prova disso é a duração média de uma carga no Asus Zenfone 3 – um dia e meio. E isto numa bateria de 3000 mAh.

A sua autonomia perde-se surpreendentemente depressa, mas consegue compensar isto com carregamentos rápidos via USB Tipo-C (em pouco mais de uma hora a recupera até 60% de autonomia, se estiver a 4%).

Comparativamente a um ecrã AMOLED, a tecnologia IPS também pode apresentar imagens menos fluidas e provocar maior esforço nos olhos dos utilizadores (para prevenir este último problema a Asus incluiu um filtro Bluelight).

A melhor coisa no Asus Zenfone 3 é mesmo a sua câmara de 16 MP. As fotografias são detalhadas, com contrastes fortes e pouco ruído. Incluindo em ambientes de baixa luminosidade.

O desempenho da câmara em HDR (apenas um de muitos, muitos modos fotográficos) nem sempre funcionou a 100%. Houve ocasiões onde captou luz excessiva, o que resultou em imagens com sobre-exposição. Os entusiastas da alta definição poderão gostar de saber que o Asus Zenfone 3 também é capaz de filmar em 4K.

O Asus Zenfone 3 está disponível em duas versões: 32 GB/3 GB RAM e 64 GB/4 GB RAM. O espaço de armazenamento é expansível via microSD.

 

CLASSIFICAÇÃO FINAL — MUITO BOM

6 Muito bom